Neste domingo (18), na Santa Missa das 8h, no Altar Central do Santuário Nacional, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realizou a abertura da Campanha da Fraternidade 2024, que neste ano apresenta o tema “Fraternidade e amizade social” e o lema “Vós sois todos irmãos e irmãs” (Mt 23,8).
A celebração foi presidida pelo presidente da CNBB, Dom Jaime Spengler, Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre–RS, concelebrada pelo arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, pelo Missionário Redentorista e reitor do Santuário Nacional, Pe. Eduardo Catalfo e demais sacerdotes presentes.
Em sua homilia, Dom Jaime iniciou falando sobre o Evangelho deste primeiro domingo da Quaresma.
“Jesus foi levado ao deserto, dizia o texto do Evangelho que nós acabamos de ouvir. Deserto é o lugar onde nada separa Jesus do Pai. Nós estamos iniciando a nossa caminhada de 40 dias rumo à celebração da grande festa da nossa fé, a Páscoa. Também nós, como Jesus, desejamos viver esse tempo do deserto mais intensamente na escuta da Palavra de Deus, porque a palavra converte o coração. Bíblia na mão, no coração e pé na missão”.
O presidente da CNBB nos lembra que o período Quaresmal é um convite para todos os cristãos vivam de forma mais intensa o Evangelho, um tempo de oração, jejum, caridade e solidariedade.Leia MaisConfira a Mensagem do Papa Francisco para a Campanha da Fraternidade
“Quaresma é tempo favorável para sairmos da nossa alienação existencial causada pelo pecado, é tempo de resgatarmos a nossa identidade batismal, ou seja, a identidade de irmãos e irmãs em Cristo Jesus, é tempo de conversão”.
Ele ainda explicou que a conversão consiste em rever o modo de ser, viver, conviver e agir, buscando uma vida segundo os valores do Evangelho de Jesus: “a conversão passa pela experiência da humildade, da aceitação do outro, do diferente de mim e da alegria do encontro com o Crucificado Ressuscitado, que continua perguntando a cada um de nós como perguntou a Pedro: Tu me amas?”.
Diante de todos os exercícios propostos na Quaresma e na vida do cristão, a conversão é essencial para que a oração e o jejum sejam verdadeiros, e para que a caridade seja feita, não como obrigação, mas sim como um ato de amor.
“Um coração convertido jamais será indiferente diante do outro, do irmão, da irmã, pois sabe que o amor a Deus e ao próximo sintetizam todo o projeto do Reino de Deus”.
Dom Jaime continuou sua reflexão explicando que a Campanha da Fraternidade nos ajuda a viver a fraternidade de forma mais concreta, oferecendo a oportunidade de viver intensamente a espiritualidade quaresmal e a vivência concreta do Evangelho de Jesus.
“A fraternidade é irmã gêmea da conversão, não existe autentica conversão sem o cultivo da fraternidade. Em outras palavras, não há verdadeira conversão sem promoção da amizade social. Não há verdadeira conversão sem relações humanas mais atentas, respeitosas, cuidadosas, ultrapassando barreiras da geografia e do espaço, como ouvíamos na mensagem do Santo Padre”.
E por fim, concluiu sua homilia lembrando os fiéis presentes que todos somos irmãos, enfatizando que um coração fraterno é sinal de santidade autêntica e não promove divisões.
“Irmãos e irmãs, não nos deixemos levar pelo tentador. Permitamos que Jesus entre e penetre em nossos corações e mentes, para que nossas palavras, nossas escolhas e decisões sejam pautadas pelo desejo de todos os setores promover a amizade social. Isto é, o cuidado de um para com os outros em todos os âmbitos da sociedade; cuidar uns dos outros e se deixar cuidar uns pelos outros. Nada, ninguém pode nos dividir. Nada e ninguém pode nos separar Jesus e de seu Evangelho, afinal somos todos irmãos e irmãs”.
Esta edição marca os 60 anos da Campanha da Fraternidade em todo o Brasil, 60 anos anunciando o Evangelho e reafirmando o comprometimento com a missão de Cristo.
Em todas as edições, existe um cuidado na escolha de temas que são um chamado para que todos participem ativamente em ações para ajudar todos os irmãos.
E foi sobre isso que o assessor do setor de campanhas da CNBB, padre Jean Paul Hansen, falou ao final da celebração, destacando a importância da Coleta Nacional que acontece ao final da Quaresma, quando somos convidados a realizar um gesto concreto em prol de projetos que ajudam irmãos e irmãs em todo o Brasil.
“A coleta é o nascedouro da campanha. Quando a Igreja no Brasil percebe que ela precisa sustentar a própria obra de caridade, nasce a campanha da fraternidade. 60 anos depois é esse o destino da Coleta Nacional da Solidariedade, que acontece em todas as comunidades católicas do Brasil no Domingo de Ramos. Como eu disse na Missa, 60% fica na própria Diocese, 40% é destinado ao Fundo Nacional de Solidariedade, e desses 40%, 100% destinado a obras e projetos sociais de todo o Brasil. Ofertemos, façamos a nossa renúncia quaresmal se tornar caridade concreta no Domingo de Ramos”.
No último ano a caridade de milhares de irmãos e irmãs amparou 240 projetos sociais em todo o Brasil, é importante ressaltar a transparência que existe com as arrecadações da Coleta Nacional, todos podem acompanhar os projetos selecionados pelo site.
Quem também conversou com os jornalistas ao final da celebração foi Dom Jaime Spengler, presidente da CNBB, que ao ser questionado sobre as sombras do mundo, que Papa Francisco citou na mensagem para a Campanha da Fraternidade deste ano, ele explicou que “certamente a primeira sombra é o pecado”, e continuou falando sobre a necessidade de olhar para os irmãos sem distinção, com cuidado e atenção.
“No momento histórico que nós estamos vivendo, sofremos a consequência ainda do tecido social bastante esgarçado. Nesse sentido, certamente a palavra do Santo Padre vem nos recordar da necessidade de atenção e de cuidado, seja com o que fazemos, mas diria, sobretudo, com o que dizemos, porque a palavra certamente produz sempre algo; ela cria, seja para o bem, seja para situações menos boas. Por isso, há certamente a necessidade de muito cuidado e atenção”.
O Arcebispo metropolitano de Porto Alegre, finalizou explicando que não podemos pensar em Quaresma e Campanha da Fraternidade como duas coisas distintas.
“Não podemos pensar a Quaresma sem a Campanha da Fraternidade, porque a Quaresma fala de um caminho de conversão e a conversão tem um aspecto pessoal, mas ela repercute na sociedade, na comunidade.
Durante o tempo da Quaresma e aproveitando, por assim dizer, a inspiração que nos vem da Campanha da Fraternidade, devemos criar uma sintonia ainda maior, mais fina com o próprio Evangelho. E isto é conversão: entrar na versão, assumir a versão, acolher essa versão. E é nesse itinerário que todos somos convidados a realizar e, ao mesmo tempo, pedir a Graça para não cair na perversão do próprio Evangelho. Creio que não podemos dizer a 'Quaresma mais a Campanha da Fraternidade', não. A Campanha da Fraternidade nos ajuda a viver ainda mais intensamente aquilo que é o espirito quaresmal”.
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