Missa

Santuário Nacional celebra o dia da Consciência Negra

Dom Orlando faz um convite à ação: Criação de pastorais afro nas dioceses e luta contra estruturas de exclusão

Escrito por Rhanna Felicio

20 NOV 2024 - 10H41 (Atualizada em 20 NOV 2024 - 11H45)

Nesta quarta-feira (20), o Santuário Nacional de Aparecida, na Santa Missa das 9h, no Altar Central, celebrou o Dia da Consciência Negra. A celebração eucarística foi presidida pelo Arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes.

O arcebispo iniciou a Santa Missa agradecendo aos presentes pelo testemunho de fé e esperança. Ele ressaltou o desejo de sermos pessoas melhores e destacou o amor à Mãe de Jesus, que sempre nos aponta para seu Filho.

“Vocês me dão um grande exemplo de fé e esperança, de melhorar e ser alguém melhor. Vemos aqui, com grande amor, a Mãe de Jesus, que nos ensina a amar seu Filho”, afirmou.

E convidou os fiéis a refletirem sobre a glória dos céus, o uso dos dons que recebemos de Deus e o compromisso com a inclusão e a fraternidade.

Com base nas leituras do dia, Dom Orlando descreveu a grandiosidade da visão de São João sobre os céus. Ele mencionou a “porta do céu”, que é preparada por nós ainda na terra, e explicou que a liturgia celeste é um encontro de louvor a Deus.

São João viu santos vestidos de branco, purificados pelo sangue de Cristo, e ouviu o canto de “Santo, Santo, Santo”, proclamando a santidade divina. A presença do Pai no trono e do Cordeiro (Cristo) foi destacada como um convite à vida eterna. O Arcebispo lembrou que o Pai se inclina para olhar para nós e nos chama a viver como seus filhos, com a promessa de que um dia seremos exaltados junto a Cristo.

Ele destacou que a liturgia da missa na Terra já nos conecta com a liturgia do Céu, sendo uma antecipação da Jerusalém celeste, onde participaremos das núpcias do Cordeiro.

Rhanna Felicio / A12
Rhanna Felicio / A12

Dom Orlando fez uma profunda reflexão sobre os dons que Deus concede a cada pessoa e o perigo de omiti-los. A parábola do Evangelho foi usada como base para enfatizar que os dons não são dados para benefício próprio, mas para o bem comum.

Ele incentivou os fiéis a usarem seus talentos para a construção de uma Igreja mais fraterna e madura. Alertou contra a inveja!

“É pecado invejar o dom do outro, pois o dom não é para a glória de quem o recebeu, mas para a caridade.”

Durante sua homilia, Dom Orlando, nos trouxe a reflexão sobre o Dia da Consciência Negra, com uma forte mensagem de inclusão e fraternidade. O Arcebispo destacou que a dignidade humana é universal, reafirmando que todos somos filhos de Deus.

Ele ressaltou:

“Somos todos irmãos. Deus é Pai de todos, e Jesus morreu por todos. Não podemos excluir, mas incluir na família humana nossos irmãos afrodescendentes.”

Dom Orlando recordou a presença da Sagrada Família na África, onde viveram por sete anos, e destacou a rica contribuição do continente para a Igreja:

“No norte da África, vários mártires deram suas vidas pela fé, especialmente pela Eucaristia, enfrentando perseguições. Eles diziam: ‘Não podemos viver sem a Eucaristia.’ E a África também foi o berço de grandes teólogos que marcaram a história da Igreja”.

Dom Orlando incentivou a criação de uma Pastoral Afro em todas as dioceses, enfatizando a necessidade de ações concretas para valorizar e promover a inclusão dos afrodescendentes dentro da Igreja. Ele afirmou que a Igreja Católica já demonstra esse amor pelos povos africanos por meio de sua presença missionária no continente.

“A Igreja deve ser uma família que acolhe a todos, sem discriminação. O amor e a inclusão são a verdadeira marca do cristão.”

Dom Orlando citou que os Santos Padres já realizaram dois Sínodos para valorizar a África, destacando que a Igreja tem olhado com atenção para as questões sociais, culturais e espirituais desse continente e de seus descendentes espalhados pelo mundo.

Dom Orlando reforçou que o racismo, em qualquer forma, é contrário ao Evangelho, que nos chama a reconhecer a dignidade de todas as pessoas. Ele afirmou que a fé cristã é incompatível com qualquer tipo de exclusão e que a missão de todo cristão é promover o respeito e a igualdade.

Ele chamou todos a reconhecerem o valor de cada pessoa e a lutarem contra as estruturas de exclusão:

“Não basta celebrar a inclusão. É preciso vivê-la diariamente, na Igreja, na sociedade e nas famílias.”

A celebração do Dia da Consciência Negra na Casa da Mãe Aparecida foi um convite à reflexão e ao compromisso. Dom Orlando Brandes nos recordou que a fé cristã é uma força transformadora, que nos chama a reconhecer a dignidade de cada pessoa e a valorizar nossos dons para a construção de um mundo mais fraterno.

Com mensagens de inclusão e amor, o Arcebispo destacou o papel essencial dos povos afrodescendentes na sociedade e na Igreja, inspirando-nos a viver diariamente o acolhimento e a igualdade, como autênticos sinais do Evangelho.

.:: Confira na íntegra a Santa Missa!


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Por Rhanna Felicio, em Missa

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