Santuário recebe a 123ª Romaria da Arquidiocese de São Paulo

Neste domingo (05), o Santuário Nacional recebeu a Romaria da Arquidiocese de São Paulo que há 123 anos mantém a tradição de vir à Casa da Mãe no primeiro domingo de maio para agradecer a proteção da Padroeira do Brasil e confiar suas necessidades pedindo sempre a intercessão da Mãe Aparecida.

A celebração aconteceu no Altar Central, às 10h e foi presidida pelo Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, e concelebrada pelos demais bispos e sacerdotes presentes.

Neste ano, a romaria apresenta o tema “Maria vem conosco caminhar”. Antes do inicio da celebração, Dom Odilo conversou com o Portal A12 e explicou a importância e a tradição das romarias, lembrando que a palavra Romaria no sentido católico vem da palavra Roma, “ir a Roma em peregrinação”, e que então significa que romaria é peregrinar.

“A vida é uma peregrinação e peregrinar a um lugar santo, a um lugar de especial devoção, a um santuário , a um lugar de especial manifestação de Deus, isso sempre traz a memória que nós estamos a procura, estamos buscando, estamos a caminho. Peregrinar faz bem, faz parte da vida, e ajuda a tomar consciência de nossa condição de peregrino. Se nós queremos chegar a Deus precisamos nos mover cada dia na direção de Deus”.

Jéssica Mendonça, romeira da região Santana da Arquidiocese de São Paulo, veio em romaria e expressou ao A12, o sentimento de estar no Santuário Nacional.

“A importância de estar na Casa da Mãe é literalmente isso, estar em casa, se sentir em casa. A gente se sente acolhido, a gente se sente no colo maternal de Maria e a gente se sente agraciado em poder fazer parte de uma Arquidiocese tão grande e poder estar aqui no colinho da Mãe juntinho de Jesus”.

João Pedro Oliveira - A12

Santa Missa

Ao iniciar sua reflexão na Santa Missa, o arcebispo de São Paulo falou sobre a alegria de voltar ao Santuário Nacional em Romaria e refletiu sobre a figura de Maria como nossa Mãe.

“Sempre é bom voltar à Casa da Mãe. A mãe lembra aconchego, lembra amor, carinho. A mãe lembra sempre refúgio, a salvação, nos momentos de apuros a gente chama pela mãe. E não é diferente da vida cristã, Jesus nos deu Maria por mãe é pra isso sim, para que nós pudéssemos olhar para ela, recorrer a ela em todas as nossas necessidades, mas na certeza de que antes de tudo é ela que olha por nós”.

Neste 6º Domingo da Páscoa, nós somos convidados a recordar dos últimos ensinamentos de Jesus e gravar em nosso coração que “Deus é amor”.

“Ninguém conhece a Deus se não aquele que ama, ama Deus e o próximo. O amor e a caridade é o caminho mais rápido para chegar a Deus, para conhecer a Deus. Muitas vezes podemos ter a nossa duvidas intelectuais, teóricas sobre Deus, sobre as coisas de Deus, mas o caminho mais rápido é amar. Amar de todo o coração, ame seu próximo também de todo o coração e Deus manifestará a sua presença em sua vida, e através do caminho do amor chegaremos mais rápido ao coração de Deus”.

É preciso ter sempre na mente e no coração, que Jesus nos amou como Deus o amou. Ele entregou sua vida pela humanidade, pela salvação e pela amizade que tem por todos que Ele ama.

“Jesus diz: como o Pai me amou eu também amei vocês. Ninguém tem maior amor do que aquele que da a vida pelos que ama, pelos amigos. Jesus estava para entregar sua vida na cruz pelos amigos, pela humanidade. Ele tem o amor maior por nós, tenhamos disso toda a certeza, como ele disse em tantas ocasiões eu não vim para condenar, eu vim para salvar”

Dom Odilo reforçou que “quem não ama, não conheceu a Deus”. E ainda explicou que o amor não é algo teórico: “Podemos escrever muitos livros ou ler muitos livros, mas se não é pela via do amor, nós não vamos conhecer a Deus, porque Deus é amor”.

No Evangelho deste domingo somos convidados a refletir a amizade de Jesus com seus apóstolos e também a reconhecer nossa amizade com Jesus.

“Jesus diz uma coisa muito bonita aos apóstolos e a gente precisaria lembrar isso sempre. Quando Jesus diz dentro do contexto da despedida: vocês são meus amigos, não chamo vocês de servos, mas chamo vocês de amigos. Isso porque o servo fica sempre um pouco fora da vida de seu Senhor, mas o amigo entra no coração, entra na vida do amigo. Vocês são meus amigos, e por isso dou a vida por vocês, ninguém tem maior amor do que aquele que da a vida pelo amigo”.

O cardeal convidou os fiéis a refletirem seu relacionamento e sua amizade com Jesus.

“Correspondemos a este amor também do amigo que nos ama tanto, que nos quer bem? Ou somos amigos que ficam meio frios, distantes? Por isso jesus diz: vocês serão meus amigos se fizer o que eu vos peço, o que vos mando e o que vos mando é isso: que vos ame uns aos outros. A condição para ser amigo de Jesus é ser amigo também dos outros, amar também os outros, isso está no coração da vida cristã”.

João Pedro Oliveira - A12

Ele ainda recordou que Maria nos lembra dessa amizade, Ela quer que cada um de nós sejamos amigos de Jesus, para entender e seguir tudo aquilo que Ele nos pede.

“Ela nos diz sempre de novo, aquilo que nos disse no Evangelho nas bodas de Caná: façam o que Jesus lhes disser. E o que Jesus diz? Sejam amigos uns dos outros, ame uns aos outros. Neste ano na Campanha da Fraternidade usamos o tema amizade social como forma de expressar a fraternidade com todos, mas entre os cristãos esta amizade social precisa ir além de uma amizade formal, distante. Os cristãos são irmãos e amigos por causa de Jesus, a partir de um olhar de fé e também porque tem a mãe em comum, a mãe de todos. Somos todos filhos desta mãe que Jesus deu pra nós”.

E finalizou sua reflexão pedindo a intercessão de Maria.

“Que o amor fraterno seja sincero, dedicado generoso uns para com os outros e assim interessados no bem uns dos outros que Nossa Senhora interceda por nós, amém”.

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*Colaboração Andreza Galvão