4 testemunhos de peregrinos que caminharam até o Santuário Nacional

O Santuário Nacional recebe com maior intensidade durante a Novena e Festa da Padroeira peregrinos que fazem o propósito de vir a pé ou de bicicleta até a Casa da Mãe por causa de uma promessa, para agradecer ou com o intuito de fortalecer a fé. Leia MaisApós 75 km a pé, religiosas de Atibaia (SP) chegam à Casa da Mãe

Nessa perspectiva, o A12 conversou com quatro peregrinos, um padre e três leigos, que contaram sobre suas motivações para realizar a caminhada até o Santuário. Eles partilharam sobre suas experiências e o amor à Nossa Senhora sob o título de Aparecida.

André Luís Chaves e o Padre André Vilar são da Paróquia Imaculada Conceição, localizada no Rio de Janeiro (RJ) e peregrinaram com um grupo de 22 pessoas pelo Caminho de Maria, num trajeto de 329 km.

“Percebemos que o caminho é extremamente reflexivo, meditativo. A gente transformou as paradas em lugares orantes e também de pregação. Então, sempre tivemos um tema em que a cada parada refletimos, primeiro sobre a Ave Maria, depois a Salve Rainha e o Pai Nosso. A caminhada é um momento de retiro e também de missão [...] venho ao Santuário desde criança, não me vejo um ano sem vir aqui. Então, tenho um afeto, um carinho, tanto por este lugar como por esta titulação da Virgem.”

Padre André contou que o desejo de promover a caminhada nasceu durante a comemoração dos 300 anos do encontro da imagem, em 2017, mas essa foi a 3ª edição do “Andar com fé”.

Já o peregrino André Luís afirmou ter uma devoção especial a Nossa Senhora Aparecida. Por isso, aproveitou o caminho para refletir sobre a sua vida e seu caminho profissional.

“Consagrei isso à Nossa Senhora, para que Ela me ajudasse a mudar a minha vida, mostrasse se eu estou no caminho certo e que me desse paz. Foi um grande mergulho para dentro de mim. A gente anda entre 6 e 7 horas por dia, então tem vários momentos para rezar muito. Foi um grande momento de conhecer as histórias dos peregrinos que estavam no grupo e das pessoas nas comunidades onde a gente parava."

O peregrino disse que um momento de confissão realizado no percurso marcou a sua caminhada. “O padre André fez um momento de confissão conosco na estrada. Então, eu encontrei Jesus me absolvendo no Sacramento da Confissão, na estrada, sabe? Momento muito marcante”, falou.

Agoberto Souza (Beto) e Tamires Nascimento também peregrinaram até o Santuário Nacional. No entanto, saíram da Paróquia Cristo Redentor, na cidade de Itaquaquecetuba (SP) e seguiram pela Rodovia Dutra. Percorreram cerca de 152km em um grupo formado por 114 pessoas.

“Fiz uma promessa em 2020, porque fui dada como morta por três horas, mas tinha pressão arterial ainda. Os médicos não conseguiram fazer nada e entrou uma mulher morena na sala em que eu estava. Ela falou ‘não deixa que ninguém entre, porque agora ela vai acordar'. E essa mulher entrou e acordei e ninguém sabe quem era, não era funcionária do hospital. Inclusive, a minha cunhada que trabalhava lá não conhecia. Por isso, vim pagar essa promessa, porque 12 horas depois eu saí andando do hospital”, relatou Tamires.

“Anos atrás, eu trabalhava com um rapaz que foi sequestrado. Ele é devoto de Nossa Senhora e já tem uns 20 anos que ele vem para Aparecida. Ele sempre me convidava, mas eu sempre falava que não. Com o sequestro, prometi para Nossa Senhora que se o encontrasse eu viria. E aí depois de 29 dias foi libertado e eu cumpri a minha promessa. [A partir daí], venho de longa data. Costumo brincar que até enquanto eu puder andar quero vir. E essa foi a minha 9ª caminhada”, declarou Beto.