Nas nossas casas, um símbolo que não pode faltar é a Cruz, pois testemunha que ali se vive o Amor.
Ao anoitecer da Sexta-Feira da Paixão, após termos celebrado o maior gesto de amor que já se viu, a celebração do descendimento da Cruz, no Altar Central do Santuário Nacional, recordou o significado de 9 símbolos da crucificação de Nosso Senhor, no momento em que seu corpo era retirado da Cruz por José de Arimateia.
Leia MaisPaixão de Cristo: silêncio e contemplação no Santuário NacionalConduzida pelos missionários redentoristas Irmão Alan Patrick Zucheratto, C. Ss.R. e Padre José Ulysses da Silva, C.Ss.R., a celebração, assim como todas as demais da programação da Semana Santa de 2021, não contou com a participação dos fiéis, como medida de prevenção à Covid-19.
A seguir, acompanhe o significado dos nove símbolos da reflexão.
1ª cena – A coroa de espinhos
Símbolo de tortura, desprezo e humilhação, a coroa posta na cabeça de Cristo não era de ouro, mas de espinhos. Seu reinado assumiu a condição de serviço. Queriam destruir a mensagem de Jesus para que continuasse a prevalecer a mentalidade do ódio, da vingança, das guerras, injustiças e divisões.
Cada espinho simboliza um pecado humano contra seu semelhante: ambição, escravidão, tantas formas de tráfico, guerras e genocídios.
Oremos a Jesus, para que não mais usemos Seu nome para sustentar estruturas que promovem injustiças e para que sejamos missionários da libertação para os que sofrem.
Busquemos converter-nos e comprometer-nos com o bem comum. "Queremos tirar da cabeça de Jesus para que nos volte a esperança daquela paz que nos faz ser filhos e filhas de Deus", rezou o padre Ulysses.
2ª cena – O cravo da mão direita
Só eram pregados na cruz os mais cruéis criminosos. Qual teria sido o crime de Jesus, cuja mão só levantava para abençoar, curar, acariciar e acolher?
Os gestos de Jesus conquistaram multidões, mas despertaram também a inveja em muitos poderosos. Ao recordar a retirada do cravo da mão direita de Cristo, queremos nos aproximar Dele, com o desejo sincero de segui-Lo e plantar o Evangelho em nossa vida.
Oremos a Jesus, para que Sua Graça Redentora se estenda para todos os povos. Que sua dor arranque a dor dos escravizados, dos que trabalham e lutam por sua dignidade.
Busquemos ser, nós mesmos, a mão que abençoa, perdoa e serve com alegria. "Os braços de Cristo sempre se abriram para mostrar o cumprimento das promessas do Pai", recordou o sacerdote.
3ª cena – O cravo da mão esquerda
O braço esquerdo é aquele que leva direto ao coração. O Coração de Jesus, que tanto amou os homens, nos abraça com a misericórdia infinita oferecida pelo Pai. Não houve nenhum sinal de respeito ou compaixão por parte dos executores. Ao contrário, só se viu maldade, ingratidão.
O desrespeito pelo corpo humano começa com a indiferença pela dor do outro. O braço esquerdo do Crucificado nos lembra também o nosso preconceito cultural e perigoso por tudo o que é denominado esquerdo, como se esse braço não tivesse sido criado igualmente por Deus.
Oremos para que, com Jesus, saibamos amar, abraçar, abençoar e acolher a todos, sem distinção. Seus braços abertos na Cruz nos dão a certeza de que Cristo nos abraça a todos, e sua graça abundante se estende em todas as direções.
Busquemos lutar pela prática da caridade, da justiça e da unidade. Queremos, com coragem, testemunhar a beleza do diálogo, criando pontes que unem e promovem comunhão. "Nossos braços nos dão o equilíbrio necessário para caminhar ao encontro de Jesus", reforçou o missionário.
4ª cena – O cravo dos pés
Jesus foi incansável em sua missão de buscar o ser humano para oferecer-lhe o Reino de Deus. Parando o Cristo Missionário, os poderosos sentiram que tinham de novo o controle sobre o povo humilde, encerrado em seus muros excludentes.
O cravo, porém, não lhe tirou a força do Espírito, que vai aonde quer. Este cravo é o que paralisa tantos seres humanos na pobreza, nos vícios, na falta de perspectiva e de esperança para buscar sua sobrevivência e sua dignidade.
Oremos pela Igreja Missionária, que leva o Evangelho a toda a criatura. As pegadas de Jesus até hoje atraem seguidores, tal como as multidões que o seguiram naquele tempo. Esses pés foram ungidos com ternura; suas pegadas jamais se apagarão e sua missão seguirá pelos séculos.
Busquemos abandonar o comodismo, ser a "Igreja em Saída" e anunciar o Evangelho, que é luz para a caminhada.
5ª e 6ª cenas – a lança, o Sangue e a Água
Com o nosso coração no Coração de Cristo, lembremos nossos pecados, misérias, infidelidades, desânimos. Lembremos que, no momento em que tudo parecia terminado, Sangue e Água ainda converteram e santificaram aquele que o transpassara. Eram as últimas gotas de vida que se esparramaram sobre a terra, simbolizando um amor que havia se entregado até o fim, até não restar mais nada de si.
Aquela água e aquele sangue hoje são fonte de todos os Sacramentos da Igreja: o nosso batismo foi feito com aquela água, nossos pecados são lavados com aquela água e aquele sangue, a Eucaristia nos oferece aquele sangue... E assim, todos os gestos e ritos sacramentais da nossa Igreja brotam do lado aberto pela lança. É dele que nos vem a abundante Redenção!
Oremos para que as lanças que nos transpassam o coração não nos tirem a capacidade de amar. Que em Seu Coração, sejamos lavados de nossos pecados e reconciliados com Deus Pai.
Busquemos doar-nos sempre mais aos irmãos, sem desistir quando algo nos machuca e sendo fiéis ao Mandamento do Amor, custe o que custar. "Peçamos perdão para que sejamos compadecidos de nossas fraquezas", salientou Irmão Alan.
6ª cena – No colo da mãe
No coração de Maria, uma lança de dor penetrava. O Filho, já morto, já não sofria. A Mãe, porém, ainda era crucificada em sua dor. Lembrava daquele menino, que tantas vezes acalentou nos braços. Agora já não era um menino, e aquele era seu último acalanto.
Assim como acolheu o corpo de seu Filho, que Ela acolha agora os corpos de tantos irmãos e irmãs que estão falecendo nesses dias, semanas e meses, devorados pelo coronavírus. Seja ela a tomá-los pelas mãos para levá-los à presença de seu Filho, já ressuscitado.
Oremos: Mãe das dores, Mãe querida, no seu coração certamente havia a esperança de que ainda não era o fim daquele Filho, que concebera com tanto amor, quando foi convocada por Deus para ser sua mãe. A sexta-feira não seria o último dia. Haveria um domingo da Ressurreição. Olhe agora para todas as mães que estão atravessadas de dor pelos milhares de mortes repentinas causadas pela pandemia. Console os seus corações com a sua dor feita de puro amor e não permita que nos roubem a esperançada ressurreição. Amém!
Busquemos, Com Maria, sermos fiéis à verdade de Cristo, e Dele queremos a vida, que se plenifica na luz da Ressurreição. Nossa Senhora também estará ao nosso lado na hora da morte. "É sempre uma imagem que nos toca o coração: Nossa Senhora da Piedade, Nossa Senhora das Dores. Pode haver dor maior?", indagou Pe. Ulysses.
7ª cena – retirada da inscrição INRI
Humilhado ao extremo, Jesus nunca quis se Rei, pois seu Reino não era deste mundo. Os discípulos também não entendiam bem aquele Reino; até sonhavam com posições naquilo que imaginavam. Jesus, porém, insistia que Seu reino deveria estar dentro do ser humano e no meio do povo (Lc 17,20-21).
A inscrição sobre a sua cruz não era um reconhecimento, nem a razão da sua crucifixão. Afinal, o motivo da sua condenação era poder livrar-se de Jesus, cujas palavras e atitudes contrariavam e contradiziam tudo o que as autoridades religiosas da época apregoavam como lei divina.
Oremos para que Jesus Crucificado e Ressuscitado reine em nossa vida, nossas ideias, sentimentos e atos. Se tantos querem servir aos imperadores deste mundo, nós queremos servir a Jesus, nosso Deus, Nosso Rei, Senhor e Pastor, por toda a nossa vida.
Busquemos reconhecer o senhorio de Jesus em nossa existência, em nossa história. "Porque Deus lhe deu um nome muito acima de outro nome, Ele é a solução da nossa vida, da nossa história, daquilo que mais sonhamos. Seja Jesus o rei de nossas vidas, nossa família e transforme nossa sociedade!", pediu o padre redentorista.
8ª cena – A túnica e o manto
Nada restou de Jesus, nenhuma lembrança ficou para sua mãe. Tudo lhe foi tomado.
Seu manto foi rasgado em 4 partes, significando que sua morte levaria a abundante redenção aos 4 cantos do mundo, ao norte e ao sul, ao leste e ao oeste. Sua túnica foi sorteada e não foi rasgada, como um símbolo da unidade humana que Jesus pedia ao Pai para os seus discípulos.
Oremos para que todos os seus seguidores possam se unir e se abrigar dentro da Sua túnica, como um só povo de Deus. Lembremos daqueles que perderam a Fé nos descaminhos do mundo. Cristo vive em seus membros e continua a sofrer e morrer por nós.
Busquemos reafirmar nossa fé, reacender a esperança, sermos fiéis ao nosso Batismo e termos a alegria e o gosto de viver e crescer em comunidade.
9ª cena – cruz vazia
Contemplando a Cruz de Cristo, contemplamos a vitória do amor e da vida. Já não é mais um sinal de tortura, mas o maior símbolo do amor entre Deus e a humanidade. A haste vertical une céu e terra; a haste horizontal une a humanidade, redimida pelo Sangue de Jesus.
Na cruz está um Deus que tanto nos amou. Na cruz, um Deus que se fez homem e se entregou. É a partir da cruz que nós cremos na sacralidade da vida humana, que somente a Deus pertence, Vida que é dom concedido para desabrochar e florir, e que nenhuma criatura jamais pode sentir-se no direito de tirá-la.
Oremos para que Jesus transforme em nós, tal como na Cruz, a dor em amor, a morte em vida, as trevas em luz.
Busquemos, juntos com Maria Santíssima, esperar a ressurreição."Nossa Semana santa não termina na Sexta-feira da Paixão, mas no Domingo da Ressurreição, da proclamação da vitória da vida sobre a morte, do amor sobre o ódio, do perdão sobre a maldade. Bendita cruz, da qual se irradia a nossa luz. Amém!", finalizou o padre.
.:: Reveja aqui a celebração:
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