Na Nave Oeste do Santuário, está localizado o Painel da Evangelização no Brasil, carinhosamente chamado de 'Painel dos Homens', inaugurado em fevereiro de 2008.
Cada um dos personagens dessa obra de arte é exemplo de dignidade e perseverança, pois eles deram a vida pelo Brasil e seu povo, na defesa de diversas causas.
Além dos homens, no centro do painel está uma mulher grávida, a Mãe de Deus e da Igreja, que, segundo o artista responsável pela obra, Cláudio Pastro, em entrevista à Revista de Aparecida em março de 2008, é a representação da Igreja que gera 'outros Cristos'.
“O Centro do painel é o capítulo 12 do livro do Apocalipse. É a mulher que está grávida para gerar seu filho, que é o Cristo, mas por estar permanentemente grávida, ela é a imagem da Igreja que gera outros Cristos, que somos nós cristãos”.
.:: Saiba mais sobre o artista sacro Cláudio Pastro ::.
A arte do painel tem outros elementos que expressam a importância desses e de tantos outros homens e mulheres, que lutaram e ainda lutam pelo respeito e direitos de todos os povos, como enfatiza Zenilda Cunha, assessora em monitoria histórica do Santuário de Aparecida.
“Homens que através da Palavra, através de Jesus, souberam proteger e valorizar a vida e, por isso, essa parte vermelha vai representar o sacrifício de Cristo por nós. Ainda acima estão as palmas, representando os mártires, os milhares de cristãos que dão a vida pela a Mãe Igreja e por Jesus, mas não estão aqui representados.”
Conheça um pouco mais sobre cada um dos homens presentes no Painel da Evangelização no Santuário:
José de Anchieta:
Padre Jesuíta espanhol, foi um dos fundadores da cidade de São Paulo. Nasceu nas Ilhas Canárias e, aos 19 anos, foi enviado para o Brasil com outros padres, a fim de catequizar os habitantes de novas terras.
Ele desembarcou em Salvador (BA) em 1553. Rapidamente se familiarizou com palavras do abanheenga, língua geral dos índios tupis e guaranis.
Aprendeu seus idiomas, costumes, lendas e consagrou o termo “tupi” para designar a raiz comum entre os idiomas indígenas brasileiros.
Tibiriçá:
Foi o primeiro índio a ser catequizado pelo padre José Anchieta. Seu nome de batismo cristão foi Martim Afonso, em homenagem ao fundador de São Vicente (SP). Sua data de nascimento é calculada em 1440.
Em 1554, acompanhou Manuel da Nóbrega e Anchieta na obra da fundação de São Paulo, e estabeleceu-se no local onde hoje se encontra o mosteiro de São Bento, espalhando seus índios pelas imediações.
Relembra os dois massacres ocorridos no Rio Grande do Norte, em 1645, quando ambos foram executados por holandeses.
Cerca de 150 pessoas foram mortas nos massacres.
Roque González:
Nasceu em 1576, em Assunção do Paraguai. Estudou e foi ordenado sacerdote diocesano, experimentando as missões indígenas com dedicação.
Em 1619 chegou ao Brasil para trabalhar entre os índios no Caaró, atual Rio Grande do Sul, com o objetivo de ensinar os princípios cristãos, além de promover ações para a proteção dos índios.
Em novembro de 1628, Roque González com seus companheiros foram atacados, dilacerados e martirizados por índios. Em 1988, o Papa São João Paulo II canonizou os três primeiros mártires sul-americanos: São Roque González, Santo Afonso Rodríguez e São João del Castillo.
Sepé Tiarajú:
Sepé nasceu na Redução de São Luiz Gonzaga (RS). Órfão de pai e mãe, foi adotado por um padre jesuíta e transferido para a Redução de São Miguel Arcanjo. São Sepé, aos olhos do povo, era o Alferes Real e Corregedor do Povo de São Miguel, e o mais ilustre chefe guerreiro guarani.
Foi assassinado, juntamente com 2.500 outros guerreiros em sete de fevereiro de 1756, em um combate com o exército espanhol em razão da assinatura do Tratado de Madrid, que alterava a demarcação de terras portuguesas e espanholas.
Zumbi dos Palmares:
Zumbi dos Palmares nasceu em Alagoas, no ano de 1655. Foi um dos principais representantes da resistência negra à escravidão na época do Brasil Colonial. Foi líder do Quilombo dos Palmares, comunidade livre formada por escravos fugitivos das fazendas.
Na sua época, Palmares alcançou uma população de aproximadamente trinta mil habitantes. Nos quilombos, os negros viviam livres, de acordo com sua cultura, produzindo tudo o que precisavam para viver.
O dia de sua morte, 20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o território nacional como o Dia da Consciência Negra.
Frei Caneca:
Frei Joaquim do Amor Divino Rabelo Caneca, mais conhecido como Frei Caneca, foi um dos mentores da Revolução Pernambucana.
Preso em 1817, Frei Caneca foi levado para Salvador (BA), onde cumpriu pena até 1821. Em 1825, o prisioneiro foi conduzido à forca.
Na hora de chamar o carrasco, surgiu um problema. Não havia quem aceitasse enforcar Caneca. Por fim, resolveram trocar a execução na forca por fuzilamento.
Frei Galvão:
Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, OFM, mais conhecido como Frei Galvão, é o primeiro santo nascido no Brasil.
Foi canonizado pelo papa Bento XVI durante sua visita ao Brasil, em 11 de maio de 2007.
Padre Ibiapina:
Seu nome verdadeiro era José Antônio Maria. Nasceu no Ceará no dia 5 de agosto de 1806 e o sobrenome Ibiapina veio em homenagem à vila em que morou.
Padre Ibiapina realizou muitas peregrinações, construiu mais de vinte edificações – denominadas “casas de caridade” – recolheu e educou milhares de órfãos carentes do sertão para atuar na esfera privada.
Batizou e casou um elevado contingente de pessoas nos Estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí. Enfim, lutou muito por seu ideal cristão no Nordeste.
O religioso faleceu no dia 19 de janeiro de 1883, na Casa da Caridade Santa Fé, no Estado da Paraíba.
Dom Vital:
Vital Maria Gonçalves de Oliveira nasceu no dia 27 de novembro de 1844. Foi preso e perseguido, tendo lutado contra a maçonaria.
Em março de 1872, por indicação do Governo do Império do Brasil, dom Vital foi consagrado bispo. No entanto, o Papa Pio IX tardou em aceitá-lo, porque ele tinha apenas 28 anos de idade.
Frente à hesitação de Roma, Dom Vital escreveu uma carta ao Papa, solicitando a dispensa do cargo e confirmando o desejo de se manter somente como um simples religioso que era.
Percebendo todo o desprendimento do capuchinho, o Papa decidiu logo nomeá-lo, o que ocorreu no dia 24 de maio de 1872, data em que Dom Vital se tornou bispo de Olinda e Recife.
Padre Cícero:
Cícero Romão foi um sacerdote católico e político brasileiro. Na devoção popular, é conhecido como Padre Cícero ou Padim Ciço.
Devido ao seu carisma, obteve grande prestígio e influência sobre a vida social, política e religiosa do Ceará e da Região Nordeste do Brasil.
Frei Damião:
Veio do norte da Itália para o Brasil, no início da década de 1930.
Era venerado por muitos fiéis, principalmente nordestinos, pois foi nessa região que ele viveu a maior parte de sua vida, fazendo peregrinações pelas cidades, dando comunhão, confessando, realizando casamentos e batismos.
Pelos nordestinos, é considerado um santo.
Dom Hélder Câmara:
Religioso cearense, destacou-se internacionalmente quando ocupava a arquidiocese de Olinda e Recife, ao sair constantemente em defesa dos direitos humanos, durante o regime militar brasileiro, instalado em 1964.
Foi um dos idealizadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), fundada em 1952.
Alceu Amoroso Lima:
Escritor carioca, conhecido pelo pseudônimo de Tristão de Athayde, na década de 30, firmou-se como o mais influente pensador católico brasileiro.
Converteu-se ao catolicismo em 1928 e tornou-se presidente do Centro Dom Vital, organização de prestígio no meio religioso e cultural. Durante a ditadura militar, destacou-se como defensor dos direitos humanos.
Dom Martinho Miccheler:
Monge beneditino, influenciou profundamente a liturgia e a música litúrgica no Brasil.
Foi também presidente da CRB (Conferência dos Religiosos do Brasil).
Padre João Burnier:
Padre Burnier foi assassinado na região do Araguaia (MT), durante a ditadura militar.
Burnier estava na localidade para visitar o bispo D. Pedro Casaldáliga, quando foram informados de que duas mulheres, envolvidas na luta pela terra, estavam sendo brutalmente torturadas na delegacia local.
Os dois religiosos correram para lá. Irritado, um policial mirou em Casaldáliga, mas acertou Burnier.
Frei Tito:
Tito de Alencar Lima assumiu a direção da Juventude Estudantil Católica, em 1963, e foi morar em Recife.
Em outubro de 1968, Frei Tito foi preso por participar de um Congresso clandestino da União Nacional dos Estudantes, em Ibiúna (SP).
Foi fichado pela polícia e tornou-se alvo de perseguição da repressão militar. No dia 4 de novembro de 1969, foi preso juntamente com outros dominicanos pelo delegado Sérgio Fleury, do Dops.
Durante cerca de trinta dias, sofreu tortura nas dependências deste órgão. Na prisão, escreveu sobre seu sofrimento.
O documento correu pelo mundo e se transformou em símbolo da luta pelos direitos humanos.
Vladimir Herzog:
Vladimir Herzog nasceu no ano de 1937, em Osijsk, na Iugoslávia, e veio com os pais para o Brasil ainda pequeno, fugindo do nazismo que assolava a Europa no início do século passado.
Professor, teatrólogo e jornalista, Vlado, como era chamado pelos amigos, era um homem íntegro e um profissional competente, muito ligado às manifestações culturais.
Vladimir foi intimado a prestar depoimento no DOI (Destacamento de Operações de Informações) do II Exército de São Paulo a respeito das suas atividades políticas, onde foi preso e morto no dia 25 de outubro de 1975.
Fonte: Revista de Aparecida
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