Venha viver o Natal no Santuário

Conferir programação
Por Polyana Gonzaga Em Notícias

Homilia 24º Domingo Comum

“Parábola do Pai misericordioso” 

 

Um filho perdido              

Chamamos esta narrativa de parábola do fílho pródigo. Na verdade o certo deveria ser parábola do Pai misericordioso, pois está é a imagem que Jesus usa. Ele vivia um choque com a cultura religiosa dos fariseus e mestres da lei (entendidos da religião) que O criticavam por acolher os pecadores e fazer refeição com eles (Lc 15,2).

Na interpretação desta parábola dávamos atenção à situação de “pecado” do filho que saíra de casa e deixávamos de lado a reflexão que Jesus faz sobre a atitude do irmão que recusa e do pai que acolhe. Era um excelente assunto para uma pregação sobre a situação de pecado. Jesus mostra-nos o foco da parábola: vocês são como o irmão mais velho pois não acolhem os pecadores. Devem ser como o Pai que recebe de braços abertos. Jesus mostra que esta é a mentalidade do Pai do Céu que Ele encarna.

Ele busca a ovelha e a moeda perdidas. Narra com detalhes a parábola do filho que abandonou a casa, tomou a herança (que só lhe caberia depois da morte do pai), desfez-se em vida do pai, acabou com sua riqueza e caiu na miséria. Foi cuidar de porcos que era o extremo da miséria para um judeu. Nem a comida deles podia comer. Era o fim. Voltou por causa fome. Não contava com o perdão do pai. O pai recebe-o e o coloca no mesmo estado de bem estar que tinha antes: não era empregado porque recebe a sandália; recebe o anel que era o sinal da aliança de filho; E recebe uma festa sinal da acolhida, como diz o pai. Estava morto e tornou a viver, perdido e foi encontrado. Esta parábola responde também a um problema da comunidade primitiva que recusava a presença de pessoas diferentes. O pai é o modelo para a comunidade: acolher o mais degradado, impuro. E festejar como o pai. O pai não se importa de se tornar impuro por tocar o filho. O filho volta à participação plena na casa do pai. A festa do Céu por um pecador que se converta tem uma justificativa: o amor misericordioso do Pai que o manifestou em Cristo.

 

Um irmão sem fraternidade   

 

O filho mais velho é o retrato dos fariseus e doutores. Ele é expressão também dos cristãos que recusavam a presença de “diferentes”. Chega do trabalho e ouve barulho de festa. Informado, se recusa a entrar. Agride o pai acusando-o de não reconhecer seu trabalho. O pai mostra ao filho o que não percebera: vivia na comunhão com o pai e tem tudo. A atitude do filho mais velho contradiz a atitude do pai que expressa a bondade de Deus Pai através do Filho Jesus acolhendo os pecadores. Moisés se fez defensor do povo pecador diante de Deus, chamando para as promessas que fizera a Abraão. A Igreja vive muitas vezes um rigor muito grande com os fracos. Não é o mesmo rigor que tem para com os poderosos e ricos que sempre tem tudo. Parece que a lei não é para eles.

Um caminho da fé              

 

Pastoral é acolher o pecador que volta e ir atrás do que está perdido. Essa é a pregação do Papa Francisco. O fragilizado tem que ter espaço na Igreja. Vivemos uma pastoral dando vitamina a quem está sadio. Vivemos o risco de cristãos sem Cristo, pois têm um Cristo feito à própria imagem e se servem da fé e não à fé.  Não basta acolher o que volta, é preciso ir atrás dos perdidos. A pastoral deve ser baseada na misericórdia e não na aplicação de leis exigentes. É preciso procurar a ovelha perdida. O pai não despreza o filho mais velho: “O que é meu é teu” (31). O filho é que não percebe que vive na abundância do pai e deveria ir ao encontro do irmão.

Leituras: Êxodo 32,7-11.13.-14; Salmo 50; 1Timóteo 1,12-17;Lucas 15,1-32

 

Ficha nº 1266 - Homilia do 24º Domingo Comum (15.09.13) 

 

1.    A parábola é do Pai misericordioso e não do filho pródigo. Jesus quis acentuar a atitude do irmão que recusa e do pai que acolhe. O filho caiu na maior desgraça. Volta por causa da fome. O pai o acolhe, o irmão recusa. Jesus diz que o Pai quer que os convertidos sejam acolhidos. Havia um problema nas comunidades com respeito aos novos convertidos. Quer que os bons sejam acolhedores. 

2.    O filho mais velho é o retrato dos fariseus que discordam da atitude de Jesus. O filho mais velho se dedicava e não percebia que isso já era viver na abundância do Pai. No Antigo Testamento Moisés pede que Deus acolha o povo que pecara. A Igreja age com rigor na lei, mas não a aplica do mesmo modo aos ricos.  

3.    Pastoral é ir atrás do que está perdido e acolher o que volta. Pastoral não é para dar vitamina para os sadios. Vivemos o risco de sermos cristãos sem Cristo. É preciso também ir atrás dos perdidos. Pastoral tem que ser baseada na misericórdia, não nas leis. Devem existir, mas aplicadas na misericórdia.            

 

De casa morando fora            

 

Jesus estava ensinando e os pecadores vinham escutar. Aliás, Jesus estava sempre cercado deles. Os fariseus criticavam por Se misturar com aquela gente.Jesus ensina com as três parábolas que Deus perdoa e acolhe a todos: da ovelha desgarrada, da moeda perdida e do filho pródigo. Recusar os pecadores é uma atitude errada demonstrada pelo irmão mais velho do moço arrependido. Jesus quer mostrar, com a figura do pai, que o Pai do Céu acolhe a todos. E é por isso que Ele acolhe os pecadores. Paulo se diz acolhido e perdoado.           

Aprendemos com estas parábolas que Deus está pronto a perdoar o arrependido. No Antigo Testamento, quando a mentalidade era outra, Deus se irrita com o povo que pecara fazendo um bezerro de ouro. Moisés interfere e diz a Deus que o perdoe e se lembre da aliança.            

Jesus ensina que a atitude de Deus é a atitude do Pai que acolhe o filho perdido e não do irmão que recusa. O irmão que ficara em casa não percebera que tinha tudo, mas não aprendera ser como o pai. Assim eram os fariseus. 

1 Comentário

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.

0

Boleto

Carregando ...

Reportar erro!

Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:

Por Polyana Gonzaga, em Notícias

Obs.: Link e título da página são enviados automaticamente.

Carregando ...