Da sofrida escravidão Deus arrancara seu povo. O que Ele mais queria é que não retornassem ao Egito: escravidão nunca mais! Assim, no deserto, Deus escolhe até caminhos mais longos, mas menos difíceis “para que não aconteça que se arrependa diante dos combates e volte para o Egito” (Ex 13,17). Esse Egito que a todo custo queria recuperá-los para a escravidão (14,5-9).
Mas, que sentido tinha aquele imenso deserto a ser percorrido? Para Deus, era o caminho a levá-los à Terra Prometida. O deserto não era meta, mas apenas caminho. E a meta era tão somente aquela Terra. Já o velho José do Egito profetizava como visitação de Deus ao povo, aquele retorno deles à Terra que Deus lhes dera! Retorno que também ele queria fazer, ao menos em seus ossos: “quando Deus vos visitar, levareis daqui convosco meus ossos” (13,19).
Mas, na fraqueza do povo, logo o deserto tornou-se tempo e campo de teste, de prova, e prova que resultou negativa. Há pouco, no monte da Aliança, haviam prometido fidelidade a Deus: “faremos tudo o que Javé disse” (19,8).
Porém, as dificuldades encontradas levavam-nos a murmurar, até a ter saudades do Egito: “oxalá tivéssemos morrido pela mão de Javé no país do Egito, quando nos sentávamos junto às panelas de carne e comíamos pão com fartura! Pois nos trouxestes a este deserto para matar de fome toda esta multidão” (16,3) ou “por que nos tiraste do Egito? Foi para nos matar de sede junto com nossos filhos e nossos animais?” (17,3b). Como o mal nos ilude, nos tenta!
Leia MaisJornada Bíblica: Livres para servir a Deus na AliançaEstude sobre a Palavra de Deus com o encarte da Jornada BíblicaJornada Bíblica: Nos impasses da vida, “Eu estarei convosco!”E já naqueles tempos, que maravilhosa experiência de Deus o povo faz! Resposta divina àquelas murmurações e revoltas, não foi castigo, duras repreensões. Não, àquelas maldades a resposta mais potente do bem: “(Eu) ouvi as murmurações dos israelitas. Fala-lhes assim: ‘ao entardecer comereis carne e pela manhã vos saciareis de pão, e sabereis que eu sou Javé, vosso Deus’” (16,12). Sim, esta é sua divina identidade, é o Altíssimo “bom para com os ingratos e para com os maus” (Lc 6,35c).
E naquela fragilidade do povo, precisava ser forte o profetismo de Moisés: quem sabe, enquanto membro do povo, ele teria tudo para igualmente desanimar. Mas, ao contrário, ele se faz a voz da fé, da esperança inquebráveis: “Javé combaterá por vós, sem que vos preocupeis” (14,14).
Para Deus só interessava que o caminho não se rompesse, mas levasse até a meta: “Javé ia à frente deles, de dia numa coluna de nuvem para guiá-los pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo para iluminá-los a fim de que pudessem caminhar de dia e de noite” (13,21).
Assim, num único canto, o povo é levado a cantar, sim, a saída do Egito, mas já e igualmente a entrada vitoriosa na Terra Prometida: “lançou no mar os carros do faraó e seus exércitos; seus melhores guerreiros foram tragados pelo Mar Vermelho." "Guiastes em vossa bondade o povo que redimistes. Com vosso poder o conduzistes à vossa santa morada." "Vós o conduzis e o plantais no monte de vossa herança, no lugar que preparastes para vossa morada, Javé, no santuário que vossas mãos fundaram, Senhor” (15,4.13.17). Deus prometera e era fiel, não tinha como não se cumprirem Suas promessas!
Para tanto, Ele dava todas as divinas garantias: “Vou enviar um anjo à tua frente, para te proteger na viagem e te conduzir ao lugar que te preparei” (23,20). “Javé disse a Moisés: ‘Vai, sobe daqui tu e o povo que tiraste da terra do Egito, para a terra que prometi com juramento a Abraão, Isaac e Jacó, dizendo: ‘À tua posteridade a darei’. “Enviarei diante de ti um anjo. “Sobe para essa terra onde corre leite e mel!” (33,1-2a.3a).
Para Refletir:
1. Por que Deus permite “desertos” em nossas vidas?
2. Meus “desertos” me purificam, me unem mais a Deus, ou me levam a murmurar e até a me revoltar contra Ele?
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