Eis o projeto de Deus: escravidão nunca mais! Mas, em sua saída do Egito, os israelitas “foram tomados de grande pavor e clamaram a Javé” (Ex 14,10). Estavam diante do Mar Vermelho e encurralados pelo faraó, com todos seus carros de guerra e exército. Sim, os egípcios logo se arrependeram de terem deixado Israel sair do Egito: “que fizemos, deixando partir Israel e perdendo seus serviços?” (v.5).
E vinham com pavorosa fúria: “Perseguirei, alcançarei; repartirei os despojos, saciarei minha alma; arrancarei minha espada, minha mão os destruirá” (15,9). O povo vê só a morte: “Faltavam talvez sepulturas no Egito para nos trazeres a morrer no deserto? Que nos fizeste, tirando-nos do Egito! “Não foi isto que te falamos no Egito, dizendo: ‘deixa-nos servir aos egípcios’? Era melhor servir aos egípcios do que morrer no deserto” (14,11-12).
E Moisés certamente tinha as mesmas razões para se desesperar. Mas, e a promessa de Deus? Ele tinha que ter a palavra profética, divina para aquela situação extrema: “não temais! Permanecei firmes e vereis a libertação que Javé realizará hoje em vosso favor... Javé combaterá por vós, sem que vos preocupeis” (v.13-14). Sim, Javé que derramara prodígios na vida dos antepassados, não falhará “hoje” conosco!
Assim, “o anjo de Deus” e a coluna de nuvem, que caminhavam à frente deles, passaram para trás, pondo-se entre eles e os egípcios. A nuvem era obscura para estes e iluminava a noite para aqueles, assim não puderam aproximar-se uns dos outros (v.19-20).
E com a vara de Deus, e sempre sob Seu comando, Moisés divide em dois o Mar, fazendo surgir um caminho a ser percorrido a pé enxuto pelo povo, entre uma muralha de água à direita e a outra à esquerda. Ao amanhecer, Javé olha o acampamento egípcio, lança confusão entre eles, emperra e freia as rodas de seus carros, e eles se apavoram: “Fujamos dos israelitas porque Javé combate por eles contra os egípcios” (v.25). E novamente com a vara, Moisés faz as águas se juntarem, afogando todos os perseguidores: “nenhum deles escapou” (v.28).
O Mar voltou ao seu normal: ergue-se agora uma barreira – no sonho de Deus – intransponível entre o povo e o Egito, entre a liberdade e a escravidão, entre a vida e a morte!
Deus traça um caminho mais comprido para a terra prometida, evitando o mais curto que passaria pelos guerreiros filisteus: “não aconteça que o povo se arrependa diante dos combates e volte para o Egito” (13,17). Deus descarta por completo nova escravidão para o povo. “Nenhum deles escapou”: que não sobre nem sequer um para reiniciar aquela dura história!
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Israel viu o grande poder de Javé, a seu favor, “acreditou nele e em seu servo Moisés” (v.31). “Minha força e meu canto é Javé; ele foi minha salvação. Ele é meu Deus... Javé é um guerreiro, seu nome é Javé” (15,1b-3). “Quem é como vós entre os deuses, Javé? Quem é igual a vós em santidade, formidável nas façanhas, fazedor de prodígios?” (v.11).
Nós só acreditamos de fato em Deus, em Seu poder, quando cremos que Ele normalmente age através de nós, fazendo de nós Sua boca, Suas mãos, Sua força transformadora no mundo.
Moisés acreditava em Javé, mas realmente só teve fé quando confiou em si mesmo e se fez o profeta de Deus na caminhada libertadora do povo.
Javé fizera Sua Páscoa, Sua passagem saltando as casas dos israelitas, com as portas tingidas do sangue do cordeiro pascal, poupando da morte seus primogênitos, e aplicando o mortal flagelo aos egípcios. Com isso, o faraó liberou a saída do povo israelita do país. E essa passagem dos israelitas pelo Mar Vermelho, o que lhes parecia impossível, é igualmente uma Páscoa, passagem da escravidão para a liberdade, no sonho de Deus, passagem sem retorno!
1. Como eu reajo nos impasses, dificuldades da vida?
2. “Eu estarei convosco” é “fachada divina” a enfeitar sempre minha vida?
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