A Bíblia mostra dois projetos totalmente opostos de nação, de humanidade. O projeto do “faraó”: o seu Egito fazer de tudo para dominar, explorar as outras nações, no caso, Israel.
Mas, mesmo escravizado, Israel se fortificava. E escutemos o projeto satânico do faraó: “vamos tomar sábias medidas contra eles para que não se multipliquem... e (não) saiam do país” (Ex 1,10). Após as pragas que feriram o Egito, o faraó até expulsa o povo judeu (12,31.39), mas logo se arrepende e sai com seu exército para impedir a libertação: “que fizemos, deixando partir Israel e perdendo seus serviços?” (14,5).
E quais foram as “sábias medidas”? Trabalho escravo mais pesado e sobretudo a ordem às parteiras que matassem todo menino hebreu que nascesse (1,11.16). Por nada, ele abria mão do trabalho escravo e até mesmo da vida dos escravos, em próprio proveito.
E... que maravilha o projeto de Deus! Um povo – e como fermento para todos os demais povos – sendo imagem e semelhança do próprio Deus, um povo com divina dignidade! E longe de alguém dominar sobre o outro, que homem e mulher exercessem seu divino domínio somente sobre as aves, peixes e animais terrestres (Gn 1,26-27).
É o sonho de Deus, do qual também Ele não abre mão! Como nos céus, em todo relacionamento humano, apenas a solidariedade, todos colocando os bens da natureza a serviço igualitariamente de todos: “submetei a terra, dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todo ser vivo que rasteja pelo chão” (Gn 1,28b).
E para realizar esse sonho, “Deus os abençoou e disse: ‘Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra!’” (Gn 1,28a). Após acolher o dom da vida, semelhantes a Deus, que os humanos participem do que é só de Deus: gerar, proteger a vida humana! Jamais matá-la, desprotegê-la! Jamais impedi-la de desenvolver-se até sua plenitude, que é pôr-se a serviço da própria vida e de toda vida sobretudo se ameaçada!
Mas, não está em mim, em você aquele infernal “Egito”? “Como por meio de um só homem (Adão) o pecado entrou no mundo e, pelo pecado, entrou a morte; assim, a morte passou para todos os homens porque todos pecaram” (Rm 5,12). “Todos”, menos Nossa Senhora, por divino privilégio, e Jesus, o “Filho do Altíssimo”, “o Santo” que, nascendo de Maria, era também o “Filho de Deus” (Lc 1,32.35).
Sim, como palavra divina “mais penetrante do que uma espada de dois gumes... (sondando) as intenções e os pensamentos do coração” (Hb 4,12), São João nos diz: “Todo aquele que odeia seu irmão, é um homicida; ora, sabeis que nenhum homicida possui em si mesmo a vida eterna” (1Jo 3,15). Palavra forte! Odiar não é só fazer o mal, mas já não fazer o bem aos irmãos!
Nosso Brasil é ainda um país de desiguais! Por avaliações científicas, sempre mais desiguais! Uma nação de faraós se valendo da escravização de seus divinamente iguais. Sustenta-se de trabalhos mal pagos de seus irmãos. Nega-lhes condições dignas de vida. É uma potência econômica mundial, negando saúde à grande maioria de seus habitantes! Impõe brutal desemprego a seus trabalhadores. Não é isso copiar o coração do faraó? Perdi uma prima irmã porque a morte foi mais rápida que a espera que teve de enfrentar por um atendimento urgente do SUS (Sistema Único de Saúde)!
Mas, nossa esperança é dom divino, é imortal! O povo esperou, lutou e rompeu com o Egito: conosco não pode ser diferente. E contamos ainda com Mãe sempre solícita pela sorte de seus filhos, de sua nação de que é Padroeira!
Para Refletir:
1. Minha família, comunidade e nação já se livraram do “Egito”?
2. O que a palavra de Deus de hoje nos propõe?
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