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O mistério do Terço e o mistério do Natal do Senhor

Escrito por Pe. Eduardo Catalfo, C.Ss.R.

27 DEZ 2020 - 06H00 (Atualizada em 23 DEZ 2021 - 12H27)

Thiago Leon

Segundo o Evangelho de Mateus, Jesus é o novo Moisés e o mistério do Natal nos revela que em Jesus realizam-se as profecias. Nele, a lei de Deus atinge a perfeição porque Jesus é aquele que os profetas anunciaram. Enquanto Moisés libertou o povo de Israel do Egito, o nascimento de Jesus Cristo garante libertação do pecado aos que creem.

Mateus apresenta mais de sessenta textos do Antigo Testamento, recordando que muitos episódios da vida pública de Jesus cumprem as profecias antigas, fazendo-nos reconhecer que Ele é o Filho de Davi, o Messias prometido. O evangelista empenha-se em revelar que em Jesus, na sua pessoa, obra e pregação, a esperança pelo Messias torna-se realidade. Jesus, o novo Moisés, veio ensinar como cumprir a vontade divina, interpretando e aperfeiçoando a lei de Deus.

Mais do que uma biografia sobre Jesus, o Evangelho de Mateus é uma catequese completa sobre a vida e a missão deste novo Moisés. Mateus caracteriza-se pela clareza redacional, pelo estilo didático e pela sobriedade no jeito de escrever. Ao relatar a infância de Jesus, Mateus inspira-se na figura de Moisés. O sermão de Jesus na montanha é representação da lei do Sinai.

Da casa da escravidão para a nova Aliança

A expressão: “Do Egito chamei o meu Filho” (Mt 2,15) é uma citação literal da profecia de Oséias 11,1, que se refere ao povo de Israel, filho primogênito de Deus. De acordo com o livro do Êxodo 4,22, o próprio Deus chama seu povo do Egito para a terra prometida. A referência ao profeta Oséias insinua, de maneira muito sugestiva, que Jesus está percorrendo novamente a história do Povo de Deus. Os estudiosos da Bíblia lembram que essa citação associa o itinerário de Jesus ao cumprimento da vontade de Deus.

Quando Mateus menciona a fuga da Sagrada Família para o Egito e a matança dos inocentes (Mt 2,13-18), a intenção do evangelista é estabelecer um paralelo entre Moisés e Jesus. Ambos foram salvos, mas não antes de serem perseguidos e ameaçados de morte. A crueldade de Herodes é comparada à selvageria do Faraó, que massacra as crianças israelitas no antigo Egito, na época do nascimento de Moisés (Êxodo 1,15-22).

Na fuga para o Egito, Maria e José conduzem o recém-nascido de Belém ao Egito e daí a Nazaré, onde fora criado. O relato de Mateus revela que, no Natal e nas etapas seguintes da vida de Jesus, realiza-se a salvação para o povo de Israel e para toda a humanidade. Do mesmo modo que o povo eleito migrou do Egito à Terra Santa, Jesus, o novo Moisés, vai reunir e salvar o novo povo de Deus. Jesus realiza a salvação prometida pelos profetas.

Celebrar o Natal é oferecer dignidade de vida aos pobres

A migração da família de Nazaré é decisiva para proteger a vida de Jesus. A perseguição de Herodes representa a ambição dos poderosos. José oferece ao Filho de Deus proteção e abrigo. Ele cuida do Menino Jesus e oferece um lar seguro para a família que Deus escolheu para si. O natal convida os cristãos a pensarem nas famílias migrantes de hoje e nos pobres que precisam de ajuda.

Revestidos pela Palavra de Deus, todos nós que rezamos o Terço celebramos a esperança do nascimento de Jesus.

Feliz Natal!

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