O Santuário Nacional de Aparecida inaugurou na noite de ontem (30) o Memorial dos Construtores, obra realizada por ocasião da comemoração do Jubileu dos 300 anos do encontro da Imagem da Virgem Aparecida.
O monumento homenageia Bispos, Arcebispos, Cardeais, Reitores e Administradores do Santuário Nacional de Aparecida, Padres, Engenheiros, Colaboradores com mais de 20 anos de trabalho na Casa da Mãe, e ainda os primeiros colaboradores da Família Campanha dos Devotos.
A cerimônia começou com a missa das 18h, no Altar Central, presidida pelo cardeal Raymundo Damasceno Assis, administrador apostólico de Aparecida, e concelebrada por diversos Missionários Redentoristas, entre eles o reitor do Santuário Nacional, padre João Batista de Almeida. Após a celebração, todos se dirigiram pela Nave Norte até a frente da Basílica, onde está localizado o monumento. No local, Dom Raymundo abençoou as 96 placas de bronze onde estão inscritos os 2.356 nomes homenageados.
Inauguração do monumento em homenagem...maisInauguração do monumento em homenagem aos construtores e colaboradores do Santuário.menos
- Foto: Thiago Leon
Foto de: Elisangela Cavalheiro.
Sonho realizado | João da Cruz trabalha há 50 anos
no Santuário. Desde pequeno quis trabalhar
na Casa da Mãe.
Junto aos presentes, estavam dezenas de colaboradores homenageados. Entre eles, João da Cruz de Paula, 72 anos, armador de ferragem, que trabalha há 50 anos no Santuário Nacional.
A história de João se confunde com a do Santuário. Quando visitou Aparecida pela primeira vez aos oito anos, antes mesmo da construção da Basílica, ele desejou morar na cidade. E cada ano que vinha com seu pai em romaria, só via aumentar o seu desejo. Aos 17 anos veio morar em Aparecida, nutrido por sonhos simples, como casar e ter filhos.
“A primeira vez que vim ao Santuário eu tinha oito anos. Vinha com o meu pai que trazia toda a família em romaria. Meu sonho era trabalhar aqui, arrumar uma namorada e casar no Santuário. E tudo aconteceu assim, a mil maravilhas. Hoje, já tenho 46 anos de casado e me casei aqui no Santuário”, disse emocionado.
João ajudou a construir a Cúpula do Santuário Nacional, conheceu vários bispos de Aparecida e esteve presente na visita dos três papas ao Santuário. Para ele, a história de sua vida ganhou sentido quando começou a trabalhar no Santuário, e receber esta homenagem confirma a sua dedicação nesses longos anos.
“Receber essa homenagem foi motivo de muito orgulho. Toda a vida eu trabalhei certo. Muitos me perguntam como que consegui ficar tanto tempo aqui, e eu digo que foi porque me dediquei ao meu trabalho e não quis ser mais do que ninguém, sempre cumprindo com aquilo que era certo, o meu dever, o meu trabalho”, pontuou.
Foto de: Elisangela Cavalheiro.
Família de colaboradores | Valdirene tem 30 anos
de casa. Começou a trabalhar no Santuário por incentivo
dos pais que foram funcionários do Convento dos padres.
Outra colaboradora, com 30 anos de casa, Valdirene Thomaz, começou a trabalhar no Santuário ainda como aprendiz por incentivo e estímulo de seus pais que trabalhavam no Convento dos padres. O pai, já falecido, foi cozinheiro e a mãe lavadeira. Entre os motivos de orgulho da família, o fato da mãe ter cuidado da roupa do Papa Bento XVI quando este visitou o Santuário.
Valdirene já fez de tudo um pouco. Trabalhou no Almoxarifado, no Bazar e agora está na Loja Oficial como atendente. Com a experiência que adquiriu ao longo de três décadas, ela conta que além do profissionalismo é preciso ter dedicação aos devotos, que muitas vezes não querem só comprar uma lembrança ou entregar uma oferta, mas partilhar suas histórias. Com a homenagem, Valdirene tem ainda mais motivos para agradecer e louvar a Mãe Aparecida.
“Fico sem palavras para expressar a minha alegria por essa homenagem. É uma emoção muito grande. Às vezes, a gente nem consegue acreditar que vai ter o nome gravado naquela placa e a minha família e a minha filha vão poder ver isso. Então me sinto muito grata por tudo”, afirmou.
Foto de: Elisangela Cavalheiro.
Amor e dedicação | Sueli pediu e a Mãe Aparecida
providenciou um trabalho para ela em sua própria
casa. Hoje, ela celebra 23 anos de trabalho.
Sueli dos Santos é supervisora da Limpeza Interna do Santuário Nacional e tem sob sua responsabilidade cinco encarregados e 130 funcionários. Ao completar 23 anos de trabalhos prestados ao Santuário, ela lembra com emoção a sua entrada da Casa da Mãe Aparecida.
"Eu estava precisando trabalhar porque estava passando por dificuldades em minha casa. Lembro que vim ao Santuário numa quinta-feira e na terça-feira seguinte recebi uma ligação na casa da minha irmã, porque eu não tinha telefone, me chamando para trabalhar. Entrei no Santuário no dia 13 de abril de 1994, e quando eu entrei fui trabalhar na limpeza da administração, na Torre Brasília. Lá eu fiquei um tempo e depois fui trabalhar nos banheiros do subsolo, foi quando o padre Darci, que ainda não era bispo, me convidou para ser supervisora", lembra.
Sueli trouxe a família para trabalhar no Santuário. Dos quatro filhos, três trabalham na Basílica. Para ela aqui é um lugar de bênção e por isso, quis reunir a família perto de Nossa Senhora. A supervisora orgulha-se de ter colaborado com a limpeza do Santuário ao longo de todos esses anos, e guarda o mesmo amor e carinho de quando iniciou sua vida profissional na Casa da Mãe Aparecida.
“Desde o primeiro dia que entrei aqui para trabalhar a minha vida mudou. Tudo o que eu tenho hoje, dou graças a Deus e Nossa Senhora. Quando eu recebi o convite da homenagem, senti uma felicidade tão grande. É muito gratificante porque tudo o que eu faço aqui foi e é sempre por amor”, celebra.
:: ‘Memorial aos Construtores’ vai homenagear mais de 2 mil nomes no Santuário Nacional
No Memorial ainda estão registradas as capitais dos Estados brasileiros, simbolizando que é neste lugar santo que está a Padroeira do Brasil inteiro, e a distância de Aparecida para alguns Santuários Marianos, representando que embora sob muitos títulos, todos veneramos a mesma Mãe de Deus.
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