Giovana Santos
“Eu me arrepiei muito, não sei se foi a emoção, nos arrepiamos juntos. Um olhou para o outro sem imaginar o que estava se passando. Ela estava presente. O trabalho que eu não tive com minha mãe, os passeios que eu não tive com minha mãe, eu estou tendo com minha tia. É uma mãe que a vida me deu.
Quando ela entrou na UTI, não entrou bem. Eu ficava no hospital o dia todo, aí no meu desespero roubei a imagem de Nossa Senhora Aparecida para ficar comigo. E quando chegava a noitinha eu a botava no lugar de novo. E prometi que se minha tia passasse por isso tudo, eu vinha aqui trazê-la. Foi uma luta muito grande, em cima de enfermeira, médicos. Uma enfermeira chefe e uma médica, a Dra. Louise, elas foram maravilhosas comigo e elas tinham o símbolo de Nossa Senhora Aparecida no peito. E aí prometi a Nossa Senhora que se elas tirassem a minha tia da UTI, em cima dessas duas cirurgias perigosas, que ela teve que amputar um dedo, eu a traria aqui para pagar a promessa e passaríamos três dias.
Eu não podia ficar dentro da UTI, tinha horários, então, não tinha com quem ficar lá. Aí me apeguei a Nossa Senhora Aparecida, a abraçava e conversava muito com ela. E três dias depois, a minha tia já estava no quarto, sendo observada, mas ainda alucinada. Eu a levei para casa, assinei o termo de responsabilidade, porque eu sabia que em casa ela ficaria melhor. Ela sonhava muito que estava na escadaria do Senhor do Bonfim e as madres de lá trocavam ela. Ela só falava isso. O desespero foi esse. Eu chegava lá às seis horas da manhã e só saía meia-noite e meia; ia para casa rapidinho dormia e voltava. E ela não teve filhos, só tem a gente, somos filhos de coração. Ela é irmã de minha mãe e eu sempre tomei conta dela. Eu sou mais parecida com ela do que com minha mãe, até na cor, porque a cor da minha mãe é branca e ela é negra. Minha mãe puxou a minha avó e ela puxou a meu avô. E nós duas parecemos mãe e filha, pela cor e pelo tratar. O número de cirurgias que já fizemos, os mesmos propósitos que ela tem, eu tenho, o mesmo carinho com as pessoas, nós somos explosivas, então, gostamos da mesma coisa, dormir botando talco. Abraçamos as pessoas que, às vezes, a gente nem sabe de onde veio. A gente abraça e bota dentro de casa. Fazemos caridade, damos sopa, caruru, feijoada. Chegar aqui pela primeira vez nos trouxe tranquilidade, felicidade, carinho, segurança e muita fé.”
Maria Gildete
“Quando eu estava doente foram muitas anestesias e parecia uma droga, dizem que eu falei tanta besteira, que eu não sei. E esses sobrinhos são os filhos que eu não tive. Eles são meus filhos. Eles me tratam bem e eu também tenho que tratá-los assim. O agrado é tudo. Até banho, quando eu estava acamada, ele me deu. Eles cuidam de mim e eu cuido deles. A doença não tem orgulho nessa hora, tem que ser humilde. Enquanto vida Deus nos der, estaremos aqui na Casa da Mãe.”
Boleto
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Por Redação, em TV Aparecida