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Santo do Dia

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São Cosme e São Damião
Localização: Arábia

Cosme e Damião nasceram na cidade de Egéia, na Arábia, por volta do ano 260. Eram provavelmente gêmeos, e foram muito bem formados espiritualmente pela mãe. Foram estudar ciências e medicina na Síria, então um destacado centro de estudos. Optando pela Medicina, dedicaram-se e distinguiram-se não só pela técnica e conhecimento, mas também pela ação espiritual e caridade na cura dos doentes.

De fato, evangelizavam através da profissão, esta de si mesma direcionada ao bem do próximo; e curavam não só o corpo como a alma, obtendo muitas conversões. Num mundo paganizado e materialista, chamavam também a atenção por não cobrarem pelos atendimentos, chegando a ficarem conhecidos como “anárgiros”, isto é, “sem prata” em Grego.

Os irmãos viveram na época da perseguição aos cristãos do imperador romano Dioclesiano. O seu sucesso despertava a inveja em falsos curandeiros, além da intolerância oficial, e acabaram sendo denunciados e presos, tanto por feitiçaria (pois diversas curas eram obtidas pela ação milagrosa de Deus, através das suas intercessões) e por viverem e divulgarem uma religião proibida pelo governo.

Interrogados pelo juiz Lísias, na Cilícia (na Ásia Menor, atualmente correspondente quase toda à Turquia), confirmaram ser católicos: “Nós curamos as doenças em nome de Jesus Cristo, e pelo Seu poder. Ele é.” Intimados a abjurarem da Fé e falarem aos pacientes somente sobre os deuses romanos, recusaram-se e foram condenados a morrer.

Primeiro apedrejamento, depois flechadas, e fogo, nada os matou, continuavam incólumes. Procuraram afogá-los, mas anjos os salvaram. Durante esses eventos, ambos davam graças a Deus por serem considerados dignos de sofrerem pelo Cristo, e muitos dos seus pacientes que não haviam se convertido antes, diante desses milagres, o fizeram. Por fim faleceram, decapitados, com certeza no início do século IV, talvez em 303.

 A fama destes santos se espalhou rapidamente, e entre 526 e 530 foi edificada uma basílica em sua honra, em Roma. Esta solenidade aconteceu em 26 de dezembro, que passou a ser a data da sua festa. Eles são citados no Cânon da Missa, e padroeiros dos médicos, das faculdades de Medicina, dos farmacêuticos e das parteiras.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho



Reflexão:

Santos Cosme e Damião, São Lucas, e outros santos médicos católicos ao longo da História sempre procuraram a cura do corpo e da alma dos seus pacientes, em função do Médico dos Médicos, Jesus Cristo. Realmente Jesus curou muitos doentes do corpo, e mais ainda os da alma, sem desprezar a importância da condição física das pessoas, que, contudo, não é mais importante do que a saúde espiritual. E se nem todos têm a vocação médica, sem dúvida todos os católicos têm a missão do apostolado para a cura, saúde e salvação das almas, mesmo que eventualmente contra regras de governos. E da mesma forma que a ética médica exige que os doutores não se neguem a cuidar de um doente, também os batizados não podem se negar a sarar as moléstias espirituais, suas e dos irmãos, recorrendo a Cristo. O “deus” deste mundo é o dinheiro, ou pelo menos é através dele que mais evidentemente se manifestam, de uma forma ou de outra, as concupiscências humanas. Embora normalmente necessário para uma vida digna, o dinheiro não é, como o corpo, de importância maior (para este ou para a alma do) que a verdadeira comunhão com Deus, que prevalece espiritualmente. É lícito e justo que o ser humano busque o suficiente para a sua vida material, incluindo, na medida do possível, o que é um justo conforto, mas esta “justiça” deve ser avaliada não sob as aspirações mundanas, materiais e físicas, mas sim sob a lei de Deus. Portanto, nada há de ilegítimo ou intrinsecamente errado em desejar e possuir bens materiais, desde que honestamente, e em muitos casos devem ser buscados em situações específicas, por exemplo, é escandaloso que num hospital não haja os materiais, por caros que sejam, necessários ao cuidado dos pacientes; também não é possível educar sem recursos como livros, etc.; um vestuário decente e belo (não obrigatoriamente luxuoso, e muito menos de acordo com “modas” absurdas e muitas vezes imorais) não tem nada de condenável; o investimento que se faz num lazer sadio, como esporte ou viagem, é legítimo; enfim, as atividades normais da vida humana e as suas despesas, bem proporcionadas e não levianas, egoístas ou exageradas de qualquer forma não afrontam a Deus, e sempre podem e devem ser orientadas para a Sua glória, através do bom cuidado com cada ser humano. E para além disso, há também a muito virtuosa (e às vezes imprescindível) necessidade de, no louvor a Deus, oferecer-Lhe o que há de melhor: sempre que possível, que sejam ricas e belas as igrejas e os materiais de culto ao Senhor, porque é Dele que nos vêm todos os bens (e, ao contrário do que muitos apregoam mentirosamente, no fundo por ódio a Deus, não é o valor destas coisas oferecidas sensatamente a Ele que resolverão a pobreza material no mundo…), e a Sua infinita Majestade exige sim um tratamento respeitoso, que inclui também bens materiais. Por fim, mesmo o que é legitimamente possuído em termos materiais pelo ser humano pode, livremente, ser oferecido a Deus em qualquer forma de caridade aos irmãos, não só o que nos é supérfluo, mas até o que nos é necessário, como é o exemplo do próprio Cristo e de inúmeros santos; mas não devemos esquecer que, santos, os temos mendigos e reis: não é a posse material, maior ou menor, que condena ou edifica o homem, mas sim o apego a ela, e o que se faz com reta ou má intenção com as coisas criadas que Deus nos concedeu para administrar, desde Adão e Eva (cf. Gn 1,28). Santos Cosme e Damião preferiram ser “anárgiros”, mas o que cobrassem justamente não os teria feito menos santos: em qualquer caso, o fundamental é que idolatraram o falso deus do dinheiro, e ao contrário se importaram não só com o corpo dos seus pacientes, mas com a sua humanidade, que é ainda mais importante na alma. No Brasil, ficou muito popular a distribuição de doces às crianças, no dia da festa de São Cosme e Damião. Este costume, ainda que bem intencionado, não é de origem católica, mas sim espírita, pois o espiritismo também considera santos católicos na sua concepção, que não é igual à da Igreja. De modo que os motivos desta oferta infantil não têm base na Doutrina, e não convém aceitá-la, ao menos pelos católicos; uma explicação mais detalhada exigiria mais espaço do que o disponível aqui, mas pode-se e deve-se buscá-la na Igreja. (Por outro lado, nos tempos atuais, até mesmo a simples prudência não o aconselha, pois existem por exemplo relatos de pessoas distribuindo na rua ou em casas doces misturados com drogas para as crianças que inocentemente vão solicitá-los).

Oração:

Pai santo, que nos curastes pelas chagas de Jesus, concedei-nos pela intercessão de São Cosme e São Damião o não nos afogarmos nas falsidades desta vida, resistindo às flechas das tentações e apedrejamento espiritual e moral tão típicos dos nossos dias, mas que abrasados sim pelo fogo do Espírito Santo, demos graças a Deus por sermos considerados dignos de sofrer em qualquer medida pelo Cristo. Pelo mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

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