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Alexandra, da nobre família Ricci residente em Florença, Itália, nasceu em 1522, época em que se iniciava o transtorno herético de Lutero na Europa. Menina de sete anos, foi entregue à educação das irmãs beneditinas da cidade próxima de Prato, que nela despertaram o gosto pela vida monástica.
De fato, voltando para casa, manteve os costumes do mosteiro, mesmo no luxo, e, mais tarde, apesar do plano dos pais de casá-la com um distinto jovem de Florença, os convenceu a deixá-la abraçar a vida religiosa.
Entrou com muita alegria para o mosteiro dominicano de Pratos, onde, desejando imitar Santa Catarina de Sena, adotou-lhe o primeiro nome. Procurou logo crescer nas virtudes religiosas, cultivando a humildade nos trabalhos mais simples.
Com 25 anos, foi escolhida para mestra das noviças, e, posteriormente, superiora, cargo que ocupou quase ininterruptamente durante os demais 42 anos da sua vida. Nesta função, dirigia as irmãs pelo exemplo, sendo generosa, firme nas atitudes mas doce no trato, com equilíbrio e engenho.
Tomando como exemplo de vida espiritual Jesus Crucificado, desejava ardentemente partilhar os sofrimentos de Jesus no madeiro, sentindo-Lhe as dores da agonia. Recebeu assim dons místicos, de modo que, das quintas-feiras à tarde, quando começava a meditação da Paixão e Morte do Senhor, até as tardes do dia seguinte, entrava em êxtase e coparticipava das Suas dores.
A graça mística não a alienou dos compromissos da vida diária, nem a tornou vaidosa. Tornou-se conselheira espiritual de muitas pessoas, de todo o mundo, sendo consultada em assuntos teológicos e questões espirituais por sacerdotes, bispos e cardeais. Correspondeu-se também com vários Papas – Marcelo II, Clemente VIII, Leão XI, São Pio V –, São Carlos Borromeu e São Filipe Néri.
Escreveu muito sobre temas espirituais, e recomendava o domínio de si, a luta e mortificação dos sentidos para obter a paz e a alegria de espírito. Outras recomendações suas eram a devoção à sagrada Paixão e Morte de Cristo e a docilidade às inspirações de Deus, para que se pudesse então elevar a alma gradativamente, pelas provações, até o pleno abandono à vontade divina.
Faleceu em 2 de fevereiro de 1590, e sua data litúrgica é o dia 13 deste mês.
Reflexão:
Enquanto Lutero pregava o afastamento prático da Cruz, Deus nos dava o exemplo da felicidade em Santa Catarina de Ricci, abraçando-a. O Mistério de Cristo e da nossa salvação sempre inclui situações que parecem contraditórias: profunda alegria e grandes sofrimentos, sejam físicos e/ou morais e emocionais. A chave do paradoxo é que a Verdade, isto é, o amor a Deus e ao próximo, leva ao afastamento do que é realmente mau, o pecado, muitas vezes disfarçado nos prazeres mundanos; e une ao que é Bom – “só Deus é Bom” (cf. Mc 10,18) – ou seja, à pureza da alma e da consciência, o que nos dá a paz em Cristo. Santa Catarina de Ricci não morreu martirizada, mas ao longo da vida provou das dores de Jesus na Cruz… muito trabalhou, assumiu grandes responsabilidades, e permaneceu humilde, alegre e doce. Assumir os sofrimentos de Cristo, voluntariamente, implica em afastar os sofrimentos sem sentido e vazios deste mundo: os primeiros têm a recompensa da paz, e a garantia divina de que jamais serão superiores às nossas forças e limitações assistidas pelas graças de Deus, enquanto os segundos só trazem desespero e frustração e não têm limite quanto à desfiguração do próprio ser. O que Deus quer para nós jamais pode nos fazer mal.
Oração:
Ó Deus, que sois o único Bom e o nosso verdadeiro Bem, e que distribuis as vocações e as graças somente por amor e sabedoria infinitas, concedei-nos pela intercessão de Santa Catarina de Ricci a inteligência e a vivência de buscar apenas a Vossa vontade nesta vida, para que com ela e Convosco possamos ser infinitamente felizes na próxima, participando aqui da Cruz para podermos ter a glória da Ressurreição. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, que Convosco vive e reina para sempre, e Nossa Senhora, Rainha do Céu e da Terra. Amém.
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