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Metódio e Cirilo nasceram na Macedônia e foram irmãos unidos pelo sangue, pela fé e pela vocação apostólica. Metódio nasceu em 815 e Cirilo em 826.
Metódio, ainda jovem, foi nomeado governador da província da Macedônia Inferior, onde estavam estabelecidos os eslavos. Cirilo, também ainda jovem, foi levado a estudar em Constantinopla, capital do então Império Bizantino, onde se formou. Mais tarde, lecionou filosofia e foi diplomata junto aos árabes.
Com 38 anos, Metódio abandonou a carreira política e se tornou monge no mosteiro de Bósforo. Poucos anos depois seu irmão Cirilo também entrou para o mesmo mosteiro. A atividade missionária dos dois irmãos começou em 861, quando foram enviados numa viagem para a conversão dos povos eslavos. Foram escolhidos porque haviam aprendido a língua daquela região com imigrantes, durante a juventude.
São Cirilo criou um novo alfabeto eslavo (conhecido atualmente como o alfabeto cirílico, utilizado na Rússia e outros países próximos) e nele traduziu a Bíblia, a Missa, os rituais e ensinamentos cristãos. Isto permitiu o acesso do povo local aos conteúdos evangélicos; também a adaptação de ritos à cultura eslava foi providenciada pelos irmãos.
Contudo, na época, a Igreja utilizava oficialmente apenas os textos sagrados em Grego ou Latim, na ideia de que havia risco da unidade eclesial ser rompida se outras línguas fossem usadas. Assim, muitos religiosos ficaram contra o trabalho de Metódio e Cirilo. Os dois foram então chamados a Roma, onde receberam o apoio do Papa Adriano II, que abençoou pessoalmente os livros litúrgicos escritos em língua eslava.
Cirilo seria ordenado bispo, mas, doente, faleceu em Roma, aos 42 anos. Metódio foi ordenado sacerdote e voltou para a missão com os títulos de “missionário apostólico eslavo” e “legado pontifício”. Em 869 foi nomeado arcebispo de Sírmio, e dez anos depois voltou a Roma para novamente defender-se dos acusadores dos seus métodos; outra vez o Papa os aprovou. Faleceu em 885. Ambos foram proclamados patronos da Europa, ao lado de São Bento, pelo Papa João Paulo II em 1980.
Reflexão:
Não há dúvida de que a Igreja deve saber aproximar-se das pessoas para transmitir a Boa Nova, e neste empenho são muitas vezes necessárias adaptações para as diferentes realidades culturais que existem. Contudo, o essencial da Fé, também no diz respeito à Liturgia por exemplo, e a todos os demais conteúdos eclesiais, não pode em hipótese alguma, a título de “inculturação”, denegrir o verdadeiro conteúdo da religião católica: isto inclui, entre muitos outros aspectos, a devida reverência e respeito a Deus, na Liturgia, nos comportamentos e posturas de clérigos e fiéis, no decoro das vestimentas, etc. Se por um lado são boas e necessárias as traduções para os diferentes vernáculos, e algumas adaptações litúrgicas e rituais superficiais (de fato, há mais de 20 ritos para a Santa Missa reconhecidos pela Igreja), nem por isso pode-se desvirtuar as noções de exatidão, propriedade e reverência ao Altíssimo. Infelizmente, abusos e escândalos são atualmente frequentes no trato das coisas sacras, principalmente, talvez, na Santa Missa. Não se pode confundir o empenho de evangelizar com propostas de “a qualquer preço” tornar “popular” a Igreja: esta vive da Verdade, não de subserviência a respeitos humanos, particulares ou culturais. O Santo trabalho de Cirilo e Metódio não pode ser invocado equivocadamente como “exemplo” para tentativas iníquas de falsa inculturação pela Igreja de Cristo.
Oração:
Senhor, que dispusestes os membros da Vossa Igreja sob o comando e a vontade da sua Cabeça, que é Cristo, e que desejais esta mesma Igreja missionária, concedei-nos pelos méritos, exemplos e orações dos santos Metódio e Cirilo o correto obrar na evangelização, a começar pela pessoal, e a proteção contra os desvios nos métodos e ações da Santa Igreja, de modo que seja unificado o rebanho na Verdade, e não disperso por falsos profetas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, que Convosco vive e reina, e Nossa Senhora, Mãe e Protetora do Corpo Místico que é a Igreja. Amém.
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