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Píer Bernardo Paganelli nasceu em Montemagno, Itália, em nobre, rica e cristã família. De temperamento reservado, inteligente, calmo e ponderado, estudou e recebeu a ordenação sacerdotal na diocese de Pisa, centro cultural próximo da sua cidade natal.
Em 1130 conheceu pessoalmente São Bernardo de Claraval, fundador da Ordem dos Monges Cistercienses, com quem desenvolveu forte amizade, entrando para o seu mosteiro em 1135. Foi designado para abrir um novo mosteiro em Farfa, na Diocese de Viterbo, tornando-se abade por determinação do Papa Inocêncio II.
Sucedeu a ele na Cátedra de Pedro em 1145, tomando o nome de Eugênio III. Sua escolha foi motivada por não pertencer ao colégio cardinalício, pois então as casas de vários deles haviam sido saqueadas por instigação de Arnaldo de Bréscia, um clérigo revoltado que pregava a pobreza absoluta da Igreja, e políticos que exigiam (!) a escolha de um Papa que entregasse o seu poder político ao seu partido… bem como desejavam se apropriar dos bens da Igreja.
Mas horas após a eleição, teve que fugir de Roma, à noite, pois a situação era insegura. Foi sagrado no mosteiro de Farfa, e diante da grave situação o novo Papa e os cardeais decidiram mudar para Viterbo, onde ficaram por oito meses. Os habitantes de Roma, contudo, pediram e apoiaram a sua volta, tornando possível que Eugênio controlasse a cidade, impondo a paz.
Porém em 1146 outra vez Eugênio teve que fugir por causa de novas agitações, indo para a França e Alemanha, de onde promoveu a Segunda Cruzada pregada por São Bernardo (que fracassou, em 1148, pela desunião entre os soberanos que a comandavam, pela traição dos bizantinos e por doenças).
Mesmo com as dificuldades em Roma, Eugênio cuidou da pureza da fé, convocando quatro concílios para impor disciplina aos insubordinados da Igreja que se aproveitavam da situação conturbada; depôs os arcebispos de York e Mainz, que não zelavam pela comunhão católica, e reformou os estudos de temas eclesiásticos e teológicos na Cúria Romana e na Igreja em favor da ortodoxia. Enquanto pessoalmente trabalhava neste sentido, visitando o norte da Itália, enviou o cardeal Breakspear, futuro Papa Adriano IV, com o mesmo objetivo na região da Escandinávia.
Em 1152 pôde voltar a Roma, apoiada pelo imperador germânico Frederico “Barba-Roxa” (na verdade, “Barbarossa” em Italiano, isto é, de barba ruiva), como mediador entre as facções romanas. Iniciou a construção do palácio pontifício, durante um ano de paz, falecendo em 8 de julho de 1153.
Reflexão:
É sempre possível constatar, ao longo da História, como essencialmente as mesmas situações – pois o Homem é sempre o mesmo na sua miséria pessoal e na sua potencial grandeza em Cristo – acontecem, ainda que com roupagens diferentes. O empenho da Igreja, hoje, internamente exige disciplinar as insubordinações doutrinárias e litúrgicas, reformar o ensino de clérigos e leigos na ortodoxia da Fé, e excluir os que, de dentro dela, não agem em comunhão com os preceitos universais de Jesus; e externamente reagir à política dos que pretendem (!) lhe subtrair partidariamente o poder que lhe é legítimo e conferido por Deus, bem como se apropriar dos seus bens materiais (e espirituais) para fins mundanos. Santo Eugênio teria hoje os seus mesmos trabalhos, e nós fiéis também temos o dever de apoiar a volta da santidade para a nossa residência espiritual, com orações e ações.
Oração:
Senhor, santo e supremo Pontífice, concedei-nos pela intercessão de São Eugênio III a paz e a proteção da Igreja, e a graça de Vos deixar comandar soberanamente as nossas almas, para que não fracasse, pela desunião Convosco, a cruzada da nossa santificação; e, assim curados das enfermidades de traição de alma por nossos pecados, com o apoio da Vossa realeza iniciemos a construção do retorno para a nossa casa definitiva, o Vosso palácio Celeste. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.
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