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Pedro Angeleri de Morrone nasceu em uma família de camponeses na Itália, em 1215.
Aos seis anos de idade, quando já era órfão de pai, revelou a sua mãe seu desejo de ser religioso, foi encaminhado por ela aos estudos eclesiásticos. Cresceu estudando com os beneditinos, pois admirava a vida dos monges. Terminou os estudos e foi para um local isolado, onde viveu alguns anos em orações, jejum e penitências.
Em 1239, aos 24 anos, recebeu a ordem sacerdotal, mas resolveu voltar ao isolamento no Monte Morrone, na região dos Abruzos, onde construiu uma cela vivendo novamente como eremita, vencia as tentações com sua cruz em punho.
Muitos o seguiam atraídos pelo seu exemplo. Assim, nasceu a ordem dos “Celestinos” que cresceu rapidamente fundando Mosteiros e restaurando Abadias, graças a magnitude do Cardeal Latina Malabranca e do Rei Carlos II de Anjou.
Pedro ficou conhecido na Europa como homem de Deus, ele atraia pessoas de todos os lugares para receber conselhos e curas e a todos ele propunha a conversão de coração como meio para obter a paz para aliviar as tensões, os conflitos e doenças que todos viviam naquele momento.
Em 1292, com a morte do Papa Nicolau IV, onze cardeais eleitores não conseguiam entrar em consenso, estavam sendo pressionado pelo Rei Carlos II para encontrar um candidato a seu gosto e pelo conflito entre as famílias Orsini e Colonna, isso já durava 27 meses.
Pedro em seu isolamento previu uma iminente punição divina que poderia ser evitada com a eleição em poucos meses do Sumo Pontífice e advertiu os Cardeais.
Os Cardeais eleitores perceberam que Pedro seria o candidato ideal para acabar com o impasse, foram até sua caverna de Maiella para convidá-lo a assumir o cargo. Ele recusou o convite, mas depois entendeu que era Deus que o chamava para essa nobre responsabilidade, porém, rejeitou o convite dos Cardeais de ir para Perugia.
Em dia 29 de agosto de 1294, (memória litúrgica de São João Batista), foi para Áquila montado em seu jumento e escoltado pelo Rei Carlos II, e recebeu a tiara na Basílica de Santa Maria de Collemaggio. Mais de duzentos mil fiéis participaram da cerimônia solene.
Pedro escolheu o nome de Papa Celestino V e logo convocou o primeiro jubileu da história, conhecido como: “Jubileu do Perdão”. O Perdão Celestino é a Indulgência Plenária concedida pelo Papa Celestino V com a Bula Inter Sanctorum Solemnia de 29 de setembro de 1294.Desde então, todos os anos se celebra o Perdão Celestino.
Entretanto percebeu, logo, que não era livre no exercício do seu Ministério, por causa daqueles que, na Cúria, esperavam se beneficiar pela sua pouca experiência de governo. Ele percebeu que a sua escolha foi política, por pressão de Carlos II. Com temperamento para a vida contemplativa e não para a de governança, os cardeais logo perceberam que a sua eleição teria sido um “erro”.
Papa Celestino V exerceu o papado durante um período cheio de intrigas, crises e momentos difíceis. Reconhecendo-se deslocado, renunciou em favor do Papa Bonifácio VIII, seu sucessor. Para não gerar um cisma na Igreja, Pedro Celestino aceitou humildemente ficar prisioneiro no Castelo Fumone. Ali permaneceu até sua morte em 19 de maio de 1296.
São Pedro Celestino V foi canonizado pelo Papa Clemente V, em 1313. Seus restos mortais estão na Basílica de Santa Maria de Collemaggio, em Áquila, que recebe muitos peregrinos, entre os mais ilustres destaca-se Bento XVI, que, em 2009, ali deixou o pálio recebido no início do seu Pontificado, e o Papa Francisco que em 28 de agosto de 2022 visitou a basílica e foi o primeiro papa a abrir a Porta Santa para receber a indulgência plenária do Perdão Celestino.
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR Nathália Queiroz de Carvalho Lima
Reflexão:
O papa Bento XVI disse em 2010 que a vida de São Pedro Celestino "permanece na história pelas notáveis vivências de seu tempo e seu pontificado e, sobretudo, por sua santidade. A santidade, de fato, não perde nunca sua própria força, não cai no esquecimento, jamais sai de moda". Ele o descreveu como um “buscador de Deus”. “É no silêncio exterior, mas sobretudo no interior que ele chega a perceber a voz de Deus, capaz de orientar sua vida”, continuou o papa Bento XVI. Na nossa vida tão barulhenta e cheia de estímulos, como estamos vivendo o silêncio exterior e interior? Separamos tempo para refletir, para a oração, para buscar a Deus? Que São Pedro Celestino nos ajude a fazer silêncio para escutar a voz das pessoas que estão ao nosso redor e principalmente a voz de Deus.
Oração:
Deus eterno e todo-poderoso, quiseste que São Celestino V governasse todo o vosso povo, servindo-o pela palavra e pelo exemplo. Guardai, por suas preces, os pastores de vossa Igreja e as ovelhas a eles confiadas, guiando-os no caminho da salvação. Por Cristo nosso Senhor. Amém!
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