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João Batista de Rossi nasceu em Voltagio, província de Gênova, Itália, no ano de 1698. Aos dez anos, precisando trabalhar, foi como pajem para uma rica família em Gênova. Em 1711 mudou-se para Roma e morou com um seu primo que era sacerdote.
Teve então oportunidade de estudar Filosofia no Colégio Romano dos jesuítas, e depois formou-se em Teologia com os frades dominicanos de Minerva. Conviveu neste período com os mais bem preparados religiosos da sua geração.
Paralelamente aos estudos, João juntou-se ao Sodalício da Virgem Maria e dos Doze Apóstolos, cujos membros se dedicavam a exercícios de piedade e visitas a doentes nos hospitais, evangelização dos jovens, assistência aos pobres e abandonados, e outras obras de misericórdia. Sua intensa atividade o levou a um esgotamento físico e psicológico, despertando nele ataques epiléticos e uma grave doença ocular, males dos quais jamais se recuperou. Apesar disso, não abandonou as penitências, e pouco comia, comprometendo ainda mais a sua já frágil saúde.
Foi ordenado sacerdote em 1721, e começou a atender os homens que semanalmente levavam seu gado para vender em Roma, buscando atraí-los para os Sacramentos, bem como dava atenção aos adolescentes mendicantes da cidade. Fundou a Pia União de Sacerdotes Seculares, que dirigiu durante alguns anos (onde, até 1935, grandes personagens do clero se formaram, incluindo santos canonizados, bispos e Papas). Igualmente fundou e dirigiu a Casa de Santa Gala, para moços carentes, e seu correspondente feminino, a Casa de São Luís Gonzaga.
Além disso, era cônego da igreja Santa Maria in Cosmedin. Porém, até então, não atendia confissões, por temor sagrado. Mas o bispo de Civita Castellana, ao norte de Roma, para onde fora transferido, insistiu para que ele o fizesse.
A partir daí, seu apostolado frutificou extraordinariamente: de início, as Irmãs de Caridade, da própria Santa Maria, então quase deserta, teve significativo aumento de frequência; nele manifestou-se o dom do conselho, da consolação, da exortação e da orientação, e sua atenção e paciência atraíam cada vez mais pessoas de toda a cidade e vizinhanças, que formavam longas filas para serem atendidas; passava deste modo muitas horas no confessionário. Ele mesmo declarou: “Eu não sabia um caminho mais curto para ir ao Paraíso; mas agora, já sei: é dirigir os outros na confissão. Quanto bem se pode fazer aí”. Tornou-se famoso confessor.
João buscava também os hospitalizados e os pobres, sendo igualmente encarregado das catequeses aos encarcerados; tornou-se o apóstolo dos abandonados. Pregava quatro ou cinco vezes por dia nas igrejas, capelas, conventos, hospitais, quartéis e prisões.
Aos 66 anos, doente, faleceu em 23 de maio de 1764. Seu funeral foi custeado pelos devotos, pois sua pobreza era extrema.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
Não bastassem as formidáveis obras caritativas de São João Batista de Rossi, por si já suficientes para a santidade de qualquer um, Deus ainda quis nele ressaltar o primeiro trabalho de amor propriamente devido aos sacerdotes: a pregação e a dedicação aos Sacramentos. Com efeito, a caridade prática é necessária para todos na Igreja, mas o cuidado direto aos pobres, enfermos, encarcerados, pode ser feito por leigos também. Mas o ministério sacerdotal é um dom e uma vocação específica de Deus, e o mais necessário para a salvação das almas, pois sem o clero, santo, não é possível aos homens receberem os Sacramentos, caminhos mais essenciais para esta salvação. A Confissão é um dos Sacramentos mais frequentes e necessários: ao longo da vida, é através dele que podemos nos reconciliar com Cristo e, assim, recebê-Lo na Eucaristia, verdadeiro alimento da alma para a vida celeste, sem o qual o espírito definha e morre de inanição. Mais de um santo destacou-se na diligência em confessar, e talvez o mais recente e famoso seja São Pio de Pietreltina. Os presbíteros podem se santificar de muitas formas, porém a mais simples e direta é dedicar-se ao sacerdócio. Nada há de mais importante para o clero.
Oração:
Ó Deus, Sacerdote supremo, concedei-nos por intercessão de São João Batista de Rossi imitá-lo na sua incessante caridade, e por suas orações obter a santificação daqueles aos quais Vos dignastes chamar para a hierarquia eclesiástica, protegendo-os dos enganos deste mundo, esclarecendo-os no intelecto e na alma, e os iluminando para priorizar o exercício da sua vocação específica em plenitude, de modo a que se salvem e à salvação conduzam o rebanho. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho e Supremo Pastor, e Nossa Senhora. Amém.
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